São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2005

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AÇO

Siderúrgicas vêem "desespero"

Vale acusa IBS de atuar a favor de CSN e Gerdau

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Companhia Vale do Rio Doce acusou ontem o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) de trabalhar a favor dos interesses privados da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e do grupo Gerdau. Segundo o advogado da Vale, José Del Chiaro, as críticas de concentração de mercado - feitas contra a mineradora por representantes do IBS - deveriam ser formalizadas nos órgãos competentes de regulação.
"No processo, existem partes. O IBS não figura como parte impugnante, figura apenas como entidade que entregou uma ou outra manifestação ou estudo ", afirmou Del Chiaro à Folha. "As manifestações do IBS coincidem com o interesse privado da CSN ter revogado o acordo de direito de preferência na mina de Casa de Pedra. Na logística, vale dizer MRS, acaba por buscar viabilizar a transferência de participação da Vale para a Gerdau."
Para as siderúrgicas, as acusações da Vale são apenas uma tentativa de desvirtuar a real discussão: o poder asfixiante que a mineradora exerce nas áreas de extração de minério e logística.
"O IBS vem se posicionando desde 2001. Ele não se manifestou tanto quanto a Vale porque as secretarias de Direito Econômico e de Acompanhamento Econômico do governo, o Ministério Público Federal e o Ministério Público Federal têm o mesmo entendimento que nós. Não se justifica, portanto, pagar por mais pareceres", rebateu Armando Guerra. Segundo ele, "quem coloca muito documento no processo é quem tem dificuldade de convencer os julgadores de que tem razão".
Quanto à acusação de que o IBS estaria favorecendo a CSN e a Gerdau, Guerra foi incisivo. "Ninguém seria maluco de ter uma atitude para beneficiar um ou outro associado. As medidas atendem a todos e foram decididas por unanimidade", disse ele.
Para pessoas ligadas à CSN e à Gerdau, as acusações da Vale não passam de sinais de desespero.


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