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AÇO
Siderúrgicas vêem "desespero"
Vale acusa IBS de atuar a favor de CSN e Gerdau
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Companhia Vale do Rio Doce
acusou ontem o IBS (Instituto
Brasileiro de Siderurgia) de trabalhar a favor dos interesses privados da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e do grupo Gerdau. Segundo o advogado da Vale, José Del Chiaro, as críticas de
concentração de mercado - feitas contra a mineradora por representantes do IBS - deveriam
ser formalizadas nos órgãos competentes de regulação.
"No processo, existem partes. O
IBS não figura como parte impugnante, figura apenas como entidade que entregou uma ou outra
manifestação ou estudo ", afirmou Del Chiaro à Folha. "As manifestações do IBS coincidem
com o interesse privado da CSN
ter revogado o acordo de direito
de preferência na mina de Casa de
Pedra. Na logística, vale dizer
MRS, acaba por buscar viabilizar
a transferência de participação da
Vale para a Gerdau."
Para as siderúrgicas, as acusações da Vale são apenas uma tentativa de desvirtuar a real discussão: o poder asfixiante que a mineradora exerce nas áreas de extração de minério e logística.
"O IBS vem se posicionando
desde 2001. Ele não se manifestou
tanto quanto a Vale porque as secretarias de Direito Econômico e
de Acompanhamento Econômico do governo, o Ministério Público Federal e o Ministério Público Federal têm o mesmo entendimento que nós. Não se justifica,
portanto, pagar por mais pareceres", rebateu Armando Guerra.
Segundo ele, "quem coloca muito
documento no processo é quem
tem dificuldade de convencer os
julgadores de que tem razão".
Quanto à acusação de que o IBS
estaria favorecendo a CSN e a
Gerdau, Guerra foi incisivo. "Ninguém seria maluco de ter uma atitude para beneficiar um ou outro
associado. As medidas atendem a
todos e foram decididas por unanimidade", disse ele.
Para pessoas ligadas à CSN e à
Gerdau, as acusações da Vale não
passam de sinais de desespero.
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