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Inadimplência cresce com atividade frouxa
DA REPORTAGEM LOCAL
De acordo com consultores, o que está levando os bancos a adotarem uma posição mais rigorosa na concessão de crédito é o aumento da inadimplência e, mais
do que isso, a possibilidade de que se eleve com a desaceleração da
atividade econômica.
"Em períodos de instabilidade e de risco de recessão, as instituições, com medo de tomar prejuízo, tendem a ficar mais conservadoras", explica o consultor Fábio
Colombo, da Money Maker.
Conforme dados da Anefac, em média, a inadimplência (dívida vencida há mais de 90 dias e não paga) da pessoa física cresceu, nos últimos 12 meses, 43,64% e a da pessoa jurídica, 3,57%. Dependendo do tipo de crédito, esses
percentuais são mais expressivos. O calote no cheque especial subiu
51,61% nos últimos 12 meses e o na conta garantida, 36,36%.
As consultas nas empresas que renegociam e auditam dívidas
também aumentaram. No final de
maio, a carteira de renegociação
com bancos da HSA Soluções somava cerca de R$ 300 milhões.
Agora, afirma o diretor Lazar Halfon, está em R$ 580 milhões.
Na MCA Economy, de cada dez
clientes que procuram a empresa,
oito estão interessados em fazer
um levantamento sobre sua dívida bancária e se é possível renegociá-la. Há um ano, somente dois
de cada dez clientes procuravam a
empresa com esse objetivo.
Não pense, porém, que uma renegociação é fácil ou que é possível optar por uma saída jurídica.
"Uma ação judicial para se livrar
do aperto dos bancos costuma ser
complicada. A empresa corre o
risco de ficar sem capital de giro e,
consequentemente, quebrar ",
observa Rodrigo Moratelli, da
MCA Economy.
A restrição nos bancos, observa
Miguel Ribeiro de Oliveira, da
Anefac, não significa que os bancos tenham diminuído a quantia
de dinheiro disponível. As instituições estão apenas mais seletivas e lentas no momento de aprovar um empréstimo. No primeiro
semestre do ano passado, o volume de crédito cresceu 15,5%, enquanto no mesmo período deste
ano a alta foi de apenas 6,29%.
No final de junho de 2002, o volume total de recursos emprestados para empresas era de R$ 130,5 bilhões e para pessoa física, de R$ 76,5 bilhões.
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