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INVESTIMENTOS
Resgates de aplicações voltaram a aumentar na segunda-feira
Fundos têm rendimento maior, saques continuam
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os resgates das aplicações em
fundos DI voltaram a crescer na
segunda-feira, enquanto nos de
renda fixa caíram quase pela metade em relação ao movimento da
sexta-feira. A informação é do site
Fortuna, com base nos últimos
dados registrados pela Anbid (Associação Nacional dos Bancos de
Investimento).
Ontem, segundo gestores ouvidos pela Folha, o movimento de
resgates nas duas categorias de
fundos continuava em queda em
consequência das medidas anunciadas pelo Banco Central, na semana passada, para diminuir a
oscilação dos ganhos nos fundos e
a fuga dos investidores.
Na Caixa Econômica Federal, os
saques foram 50% inferiores aos
registrados na terça-feira, segundo Wilson Risolia, diretor de ativos de terceiros da CEF.
Em alguns casos, como o do
HSBC Brain, a captação chegou a
ficar positiva. "Desde maio, tivemos poucos dias em que as aplicações superaram os resgates",
diz Renato Ramos, diretor de renda fixa do HSBC Brain.
Esse movimento, porém, só vai
aparecer nos números da Anbid
dentro de dois dias, prazo para
contabilizar as informações do
mercado.
Os dados já divulgados mostram que a captação líquida (aplicações menos resgates) nos DI, na
segunda-feira, foi negativa em R$
129 milhões. Na sexta-feira os resgates totalizaram R$ 22,1 milhões.
De junho até o dia 15, quando saiu
o pacote de medidas do BC, os DI
perdiam, em média, R$ 363,3 milhões por dia com os saques.
Nos fundos de renda fixa, os
resgates totalizaram R$ 106,3 milhões na segunda-feira, enquanto
na sexta-feira chegaram a R$
249,9 milhões. A média diária de
resgates nesses fundos, antes do
pacote, era de R$ 463,4 milhões.
Segundo Marcelo Giufrida, vice-presidente da Anbid, a rentabilidade diária dos fundos DI vem
melhorando dia a dia desde o pacote de medidas do BC anunciado
no último dia 14. Na segunda-feira, os DI renderam, em média,
0,07% e os renda fixa, 0,10%. Apenas um apresentou cota com variação negativa (leia quadro).
No dia 14, o BC anunciou que
passaria a fazer leilões de recompra e de troca de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), os principais títulos públicos das carteiras
dos fundos.
Também tornou opcional a
marcação a mercado, a contabilidade dos títulos que compõem a
carteira dos fundos pelo seu valor
diário no mercado secundário.
Agora, parte dos títulos pode ser
contabilizada de acordo com a taxa de juros embutida no papel.
Já na sexta-feira o BC trocou
LFTs que venciam de 2003 a 2006
por outras de vencimento neste
ano; na segunda-feira, e novamente ontem, recomprou papéis
de 2002. O resultado dessas intervenções foi o encurtamento do
deságio (desconto) nas LFTs no
mercado secundário, melhorando a rentabilidade dos fundos.
No último dia 13, véspera do pacote do BC, as LFTs com vencimento em 2002 eram negociadas
com deságio de 0,39% . No dia 19,
o desconto caiu para 0,18% a
0,20%, dependendo do mês de
vencimento do papel. As LFTs de
2003 eram negociadas com deságio entre 2,56% e 2,60%, que caiu
para a faixa de 2,22% a 2,29% no
mesmo período.
Para Risolia, se os fundos continuarem com rendimento positivo, em 15 a 20 dias o movimento
de saques será contido. "Se houver um retorno constante, voltará
a confiança do investidor", diz.
Para Jorge Simino, do Unibanco
Asset Management, é difícil atribuir a fuga do investidor apenas à
oscilação das cotas que vinha
ocorrendo desde maio. "Em junho, os fundos tiveram boa rentabilidade, e os saques cresceram."
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