São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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SIDERURGIA

Matéria-prima barata é a razão do negócio, diz presidente da anglo-holandesa; investimento só virá mais tarde

Corus quer fusão de olho no minério da CSN

Tuca Vieira/Folha Imagem
Tony Pedder, presidente da siderúrgica anglo-holandesa Corus


LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A siderúrgica anglo-holandesa Corus está interessada em uma fusão com a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para garantir a curto e médio prazos a aquisição de minério de ferro barato. Somente a longo prazo a CSN deve ser beneficiada com a absorção de tecnologia para produção de aços muito específicos.
O presidente da Corus, Tony Pedder, que está no Brasil para avançar nos entendimentos com a CSN e ajudar a convencer o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a aprovar o negócio entre as siderúrgicas, disse ontem que a importação de minério de ferro da CSN será a prioridade da fusão nos primeiros anos.
A Corus importa anualmente 33 milhões de toneladas. Nenhuma delas da mina Casa de Pedra, da CSN. "Mas ela deverá responder por mais de 16 milhões de toneladas que queremos importar para a Europa depois de 2004."
Segundo Pedder, caso a fusão ocorra, um intercâmbio de produção de placas e outras produtos de aço entre as atuais unidades da Corus e da CSN poderia ocorrer em uma segunda fase.
Dirigentes da CSN têm dito que a fusão entre as duas siderúrgicas traria benefício direto para a unidade de Volta Redonda (RJ), além de facilitar a venda de aço da CSN para os Estados Unidos. Já analistas do setor entendem que a Corus está comprando mesmo a CSN, e não realizando uma fusão. E a meta seria ter em mãos justamente a Casa de Pedra, considerada uma das melhores minas de minério de ferro do mundo.
Pedder negou que o negócio represente a compra da CSN. "Estamos unindo forças." Ele se reuniu ontem com técnicos do BNDES, no Rio de Janeiro. Segundo o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, o objetivo é que a fusão esteja aprovada até o primeiro semestre de 2003.
Steinbruch disse ainda que sua empresa conseguiu um empréstimo de US$ 100 milhões do banco BNP Paribas para exportações.


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