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"Esforço" será em 2004, afirma Dirceu
JULIA DUAILIBI
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) descartou ontem a possibilidade de aumento da meta de superávit primário para os próximos dois anos. De acordo com o
ministro, o "esforço" fiscal que o
governo estuda fazer deve ocorrer
ainda em 2004 e tem como objetivo evitar que o Brasil passe por
novas "turbulências".
"O superávit está definido para
os próximos anos em 4,25%. Não
se trata de aumentar o superávit
fiscal para 2005 e 2006. Trata-se
do Orçamento deste ano", declarou ontem Dirceu, no Palácio do
Planalto, após conceder entrevista sobre a criação do Fórum das
Estatais pela Educação.
Apesar da declaração pública de
Dirceu, o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci Filho, discute
com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva a elevação da meta de superávit primário para 2005 e daí
em diante. Elevar o superávit primário seria alternativa para impedir ou atenuar novos aumentos
da taxa de juros. Detalhe: para este ano, Palocci já trabalha informalmente com uma meta de superávit maior. Os debates, portanto, envolvem a oficialização ou
não dessa meta neste ano e o aumento nos próximos. Dirceu afirmou: "Não está se propondo nenhum corte de investimento. Está
se propondo, se necessário, ter
um ajuste fiscal para além dos
4,25%". "No ano que vem, não
[será alterada a meta]."
A redução dos gastos públicos e
o aumento dos juros são dois mecanismos que contribuem para
frear a atividade econômica e,
dessa forma, a inflação. Na semana passada, o Copom (Comitê de
Política Monetária) anunciou o
aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. Há expectativa de novas altas porque o Copom disse que dera início a um
processo de ajuste dos juros.
"O ministro Palocci e eu já colocamos [a possibilidade de aumento] para que o país possa não sofrer outras turbulências. Não há
mudança no superávit fiscal para
os próximos anos", disse Dirceu
em referência às declarações de
anteontem feitas por ambos,
quando sinalizaram com a possibilidade de aumento da meta.
Dirceu afirmou ainda que será o
presidente que decidirá de que
forma será feito esse novo "esforço". "Neste ano nós já temos uma
folga no superávit que garante os
investimentos todos que foram
programados", declarou.
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