São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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ÁGUIA EM TRANSE

Taxa vai a 1,75%, na 3ª alta seguida; BC americano e OCDE vêem impacto limitado do petróleo na economia

Fed eleva juro e fala em recuperação maior

DA REDAÇÃO

O Federal Reserve (o banco central americano) e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) demonstraram ontem confiança no crescimento da economia e sinalizaram que nem a alta do petróleo ameaça essa expansão.
O Fed elevou a taxa de juros americana pela terceira vez consecutiva, para 1,75% ao ano, e disse que, "após moderação mais cedo neste ano, em parte devido ao substancial aumento dos preços da energia, o crescimento da produção recuperou algum ritmo, e o mercado de trabalho tem melhorado modestamente".
O comunicado do BC americano mencionou ainda que, "a despeito do aumento nos preços da energia, a inflação e as expectativas inflacionárias têm enfraquecido nos últimos meses".
Na mesma linha, o economista-chefe da OCDE, o francês Jean-Philippe Cotis, adiantou, em avaliação preliminar em Paris, que "a recuperação projetada [no último relatório, no início de maio] foi apenas marginalmente afetada pelos preços mais elevados do petróleo". O próximo relatório da instituição sobre perspectivas será divulgado em novembro.
Conseqüentemente, a OCDE revisou para cima as projeções de expansão em 2004 de suas principais economias, com exceção dos EUA, onde a estimativa caiu de 4,7% em maio para 4,3%.
Mas, embora Cotis tenha apontado que a economia americana ainda é muito dependente da melhoria do mercado de trabalho e dos investimentos empresariais, ele afirmou que as companhias se aproveitaram das historicamente baixas taxas de juros para fortalecer seus balanços e tomar proveito de lucros maiores.
Anteriormente às elevações de ontem, de agosto e de junho, a taxa básica de juros nos EUA permaneceu por 12 meses no menor patamar desde 1958, numa tentativa do Fed de tirar a economia da recessão iniciada em 2001.
O impacto limitado do petróleo foi classificado pela organização que reúne as principais economias como "encorajador, porque indica que a política monetária não terá de ser restringida tão rapidamente como o planejado".
A esse respeito, Cotis endossou a posição dos bancos centrais da zona do euro e do Japão, que têm adotado posição de cautela ("esperar e ver") em relação aos juros.
O BCE (Banco Central Europeu) mantém os juros em 2% ao ano desde junho de 2003, a despeito da ainda incipiente retomada da atividade na região.
E "moderado" foi o termo novamente utilizado pelo Fed para se referir ao ritmo que deverá ser adotado na remoção da atual política monetária.


Com o "Financial Times"


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