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ÁGUIA EM TRANSE
Taxa vai a 1,75%, na 3ª alta seguida; BC americano e OCDE vêem impacto limitado do petróleo na economia
Fed eleva juro e fala em recuperação maior
DA REDAÇÃO
O Federal Reserve (o banco
central americano) e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) demonstraram ontem confiança no
crescimento da economia e sinalizaram que nem a alta do petróleo
ameaça essa expansão.
O Fed elevou a taxa de juros
americana pela terceira vez consecutiva, para 1,75% ao ano, e disse que, "após moderação mais cedo neste ano, em parte devido ao
substancial aumento dos preços
da energia, o crescimento da produção recuperou algum ritmo, e o
mercado de trabalho tem melhorado modestamente".
O comunicado do BC americano mencionou ainda que, "a despeito do aumento nos preços da
energia, a inflação e as expectativas inflacionárias têm enfraquecido nos últimos meses".
Na mesma linha, o economista-chefe da OCDE, o francês Jean-Philippe Cotis, adiantou, em avaliação preliminar em Paris, que "a
recuperação projetada [no último
relatório, no início de maio] foi
apenas marginalmente afetada
pelos preços mais elevados do petróleo". O próximo relatório da
instituição sobre perspectivas será divulgado em novembro.
Conseqüentemente, a OCDE revisou para cima as projeções de
expansão em 2004 de suas principais economias, com exceção dos
EUA, onde a estimativa caiu de
4,7% em maio para 4,3%.
Mas, embora Cotis tenha apontado que a economia americana
ainda é muito dependente da melhoria do mercado de trabalho e
dos investimentos empresariais,
ele afirmou que as companhias se
aproveitaram das historicamente
baixas taxas de juros para fortalecer seus balanços e tomar proveito de lucros maiores.
Anteriormente às elevações de
ontem, de agosto e de junho, a taxa básica de juros nos EUA permaneceu por 12 meses no menor
patamar desde 1958, numa tentativa do Fed de tirar a economia da
recessão iniciada em 2001.
O impacto limitado do petróleo
foi classificado pela organização
que reúne as principais economias como "encorajador, porque
indica que a política monetária
não terá de ser restringida tão rapidamente como o planejado".
A esse respeito, Cotis endossou
a posição dos bancos centrais da
zona do euro e do Japão, que têm
adotado posição de cautela ("esperar e ver") em relação aos juros.
O BCE (Banco Central Europeu) mantém os juros em 2% ao
ano desde junho de 2003, a despeito da ainda incipiente retomada da atividade na região.
E "moderado" foi o termo novamente utilizado pelo Fed para
se referir ao ritmo que deverá ser
adotado na remoção da atual política monetária.
Com o "Financial Times"
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