São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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TRABALHO

No mês, 135 mil vagas com carteira assinada são geradas, ante 117 mil em julho; agropecuária registra demissões

Emprego formal volta a recuperar o fôlego em agosto

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento do emprego formal ganhou fôlego em agosto. Depois de três meses seguidos de queda no ritmo de expansão das contratações, o mercado de trabalho acelerou o passo no mês passado e gerou 135,46 mil empregos com carteira assinada. A variação é maior do que a registrada em julho (117,47 mil postos), mas fica atrás do resultado de agosto de 2004 (229,76 mil vagas).
"Neste ano, a velocidade do crescimento do emprego formal está menor do que em 2004. Mas minha aposta é que isso vai mudar com o início da redução da taxa de juros, e o ano que vem poderá ser muito melhor que este", disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Os números divulgados ontem fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O levantamento mensal, que é elaborado desde 1992 pelo Ministério do Trabalho, inclui todos os trabalhadores com carteira assinada, exceto os empregados domésticos.
De janeiro a agosto deste ano, as contratações de trabalhadores já superam as demissões em 1,219 milhão de vagas. A previsão do ministro é que no ano seja criado mais de 1,2 milhão de postos. O ministro vem adotando cautela nas estimativas, pois dezembro costuma ser um mês com elevado nível de demissões. Em 2004, ano recorde na contratação formal desde o início do Caged, foi gerado 1,523 milhão de empregos.
Segundo o ministério, serviços, comércio e construção civil foram os principais setores que aceleraram o crescimento do emprego formal em agosto. São setores que refletem diretamente o aumento da demanda interna. Além disso, agosto é um mês em que vários setores começam a se preparar para as vendas de fim de ano.
No caso do setor de serviços, foram geradas 70,18 mil vagas em agosto. Foi o melhor resultado desde abril deste ano. No comércio, as novas vagas somaram 43,35 mil -o melhor desempenho do ano. A construção civil contribuiu com 18,29 mil novos empregos formais, e a indústria da transformação, com 18,17 mil.

Agropecuária demite
Na agropecuária, porém, o mês foi de alto índice de demissões. A perda de postos atingiu 20,54 mil pessoas. Marinho disse que se trata de período de entressafra no centro-sul do país. Algumas culturas, como o café e o cultivo de cereais no Estado de Minas Gerais, impulsionaram o declínio do emprego.
Os números da indústria de transformação também foram modestos. Embora as contratações tenham ficado acima da marca de julho (6.119 postos), o número é muito inferior ao registrado em igual período do ano passado (72,17 mil vagas).
A fabricação de alimentos e a indústria têxtil apresentaram os melhores resultados: 9.777 e 4.461 vagas, respectivamente. Os ramos que tiveram fechamento de vagas foram madeira (perda de 2.254 postos) e borracha e fumo (menos 4.328 postos).
No ano, os serviços (453,53 mil vagas) e a indústria de transformação (218,33 mil) lideram a geração de emprego formal.
As regiões Sudeste e Nordeste foram as que mais geraram empregos em agosto. Juntas, somaram 103,28 mil novas vagas.


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