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TRABALHO
No mês, 135 mil vagas com carteira assinada são geradas, ante 117 mil em julho; agropecuária registra demissões
Emprego formal volta a recuperar o fôlego em agosto
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O crescimento do emprego formal ganhou fôlego em agosto. Depois de três meses seguidos de
queda no ritmo de expansão das
contratações, o mercado de trabalho acelerou o passo no mês passado e gerou 135,46 mil empregos
com carteira assinada. A variação
é maior do que a registrada em julho (117,47 mil postos), mas fica
atrás do resultado de agosto de
2004 (229,76 mil vagas).
"Neste ano, a velocidade do
crescimento do emprego formal
está menor do que em 2004. Mas
minha aposta é que isso vai mudar com o início da redução da taxa de juros, e o ano que vem poderá ser muito melhor que este",
disse o ministro do Trabalho, Luiz
Marinho.
Os números divulgados ontem
fazem parte do Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados). O levantamento mensal, que é elaborado desde 1992
pelo Ministério do Trabalho, inclui todos os trabalhadores com
carteira assinada, exceto os empregados domésticos.
De janeiro a agosto deste ano, as
contratações de trabalhadores já
superam as demissões em 1,219
milhão de vagas. A previsão do
ministro é que no ano seja criado
mais de 1,2 milhão de postos. O
ministro vem adotando cautela
nas estimativas, pois dezembro
costuma ser um mês com elevado
nível de demissões. Em 2004, ano
recorde na contratação formal
desde o início do Caged, foi gerado 1,523 milhão de empregos.
Segundo o ministério, serviços,
comércio e construção civil foram
os principais setores que aceleraram o crescimento do emprego
formal em agosto. São setores que
refletem diretamente o aumento
da demanda interna. Além disso,
agosto é um mês em que vários
setores começam a se preparar
para as vendas de fim de ano.
No caso do setor de serviços, foram geradas 70,18 mil vagas em
agosto. Foi o melhor resultado
desde abril deste ano. No comércio, as novas vagas somaram
43,35 mil -o melhor desempenho do ano. A construção civil
contribuiu com 18,29 mil novos
empregos formais, e a indústria
da transformação, com 18,17 mil.
Agropecuária demite
Na agropecuária, porém, o mês
foi de alto índice de demissões. A
perda de postos atingiu 20,54 mil
pessoas. Marinho disse que se trata de período de entressafra no
centro-sul do país. Algumas culturas, como o café e o cultivo de
cereais no Estado de Minas Gerais, impulsionaram o declínio do
emprego.
Os números da indústria de
transformação também foram
modestos. Embora as contratações tenham ficado acima da
marca de julho (6.119 postos), o
número é muito inferior ao registrado em igual período do ano
passado (72,17 mil vagas).
A fabricação de alimentos e a indústria têxtil apresentaram os
melhores resultados: 9.777 e 4.461
vagas, respectivamente. Os ramos
que tiveram fechamento de vagas
foram madeira (perda de 2.254
postos) e borracha e fumo (menos 4.328 postos).
No ano, os serviços (453,53 mil
vagas) e a indústria de transformação (218,33 mil) lideram a geração de emprego formal.
As regiões Sudeste e Nordeste
foram as que mais geraram empregos em agosto. Juntas, somaram 103,28 mil novas vagas.
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