São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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Cresce oferta de imóvel à classe média

Lançamentos em SP com preço médio de R$ 354 mil sobem 19% em 12 meses

Juros menores e expansão da oferta de crédito são razões para construtoras investirem em imóveis a essa parcela da população

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As construtoras aumentaram os lançamentos de imóveis para a classe média em São Paulo, com preço médio de R$ 354 mil, estimuladas pela queda dos juros, pelo aumento da renda e pela maior oferta de crédito imobiliário pelas instituições financeiras.
Levantamento da FGV Projetos, com base em dados da Embraesp, consultoria do setor imobiliário, que será divulgado hoje na revista "Conjuntura da Construção", mostra que, de agosto de 2005 a julho de 2006, foram lançados 89 empreendimentos de padrão médio-alto na cidade de São Paulo.
No período imediatamente anterior (de agosto de 2004 a julho de 2005), foram lançados 75 empreendimentos desse porte. "Os bancos voltaram a emprestar dinheiro para a compra de imóveis e disputam clientes. As construtoras optaram por atender melhor esse público", afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp.
Instituições financeiras que emprestavam a 18% ao ano mais TR hoje estão financiando imóveis a 9% ao ano, segundo informa Pompéia. "A tendência é a de essas taxas caírem ainda mais ao longo deste ano e estimular o financiamento de imóveis de valores menores, na faixa de até R$ 200 mil."
No levantamento feito pela FGV Projeto, os lançamentos de imóveis de alto padrão (preço médio de R$ 1,2 milhão) perderam fôlego, apesar de ainda serem mais expressivos do que os de padrão médio. Foram lançados 112 empreendimentos de alto padrão de agosto de 2005 a julho de 2006. No período imediatamente anterior, foram 126 lançamentos desse porte.
De 2001 a 2003, as construtoras optaram por ofertar imóveis de alto padrão porque só as famílias de maior poder aquisitivo tinham condições de adquirir imóveis. Foi um período ruim para as construtoras, já que a oferta de crédito era mais escassa, e os juros, mais altos.
Em 2004, foram financiados 51,9 mil imóveis (R$ 3 bilhões) no país; em 2005, 59,9 mil unidades (R$ 4,6 bilhões). De janeiro a agosto deste ano, foram 60,6 mil unidades (R$ 4,86 bilhões). Neste ano, o financiamento de imóveis deve subir para R$ 8 bilhões, segundo estima Ana Maria Castelo, consultora da FGV Projetos.
O levantamento da FGV Projetos mostra que as construtoras expandiram também a oferta de lançamentos de imóveis de padrão médio-baixo (preço médio da ordem de R$ 100 mil).


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