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Cresce oferta de imóvel à classe média
Lançamentos em SP com preço médio de R$ 354 mil sobem 19% em 12 meses
Juros menores e expansão da oferta de crédito são razões para construtoras investirem em imóveis a essa parcela da população
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
As construtoras aumentaram os lançamentos de imóveis
para a classe média em São
Paulo, com preço médio de R$
354 mil, estimuladas pela queda dos juros, pelo aumento da
renda e pela maior oferta de
crédito imobiliário pelas instituições financeiras.
Levantamento da FGV Projetos, com base em dados da
Embraesp, consultoria do setor
imobiliário, que será divulgado
hoje na revista "Conjuntura da
Construção", mostra que, de
agosto de 2005 a julho de 2006,
foram lançados 89 empreendimentos de padrão médio-alto
na cidade de São Paulo.
No período imediatamente
anterior (de agosto de 2004 a
julho de 2005), foram lançados
75 empreendimentos desse
porte. "Os bancos voltaram a
emprestar dinheiro para a
compra de imóveis e disputam
clientes. As construtoras optaram por atender melhor esse
público", afirma Luiz Paulo
Pompéia, diretor da Embraesp.
Instituições financeiras que
emprestavam a 18% ao ano
mais TR hoje estão financiando
imóveis a 9% ao ano, segundo
informa Pompéia. "A tendência
é a de essas taxas caírem ainda
mais ao longo deste ano e estimular o financiamento de imóveis de valores menores, na faixa de até R$ 200 mil."
No levantamento feito pela
FGV Projeto, os lançamentos
de imóveis de alto padrão (preço médio de R$ 1,2 milhão) perderam fôlego, apesar de ainda
serem mais expressivos do que
os de padrão médio. Foram lançados 112 empreendimentos de
alto padrão de agosto de 2005 a
julho de 2006. No período imediatamente anterior, foram 126
lançamentos desse porte.
De 2001 a 2003, as construtoras optaram por ofertar imóveis de alto padrão porque só as
famílias de maior poder aquisitivo tinham condições de adquirir imóveis. Foi um período
ruim para as construtoras, já
que a oferta de crédito era mais
escassa, e os juros, mais altos.
Em 2004, foram financiados
51,9 mil imóveis (R$ 3 bilhões)
no país; em 2005, 59,9 mil unidades (R$ 4,6 bilhões). De janeiro a agosto deste ano, foram
60,6 mil unidades (R$ 4,86 bilhões). Neste ano, o financiamento de imóveis deve subir
para R$ 8 bilhões, segundo estima Ana Maria Castelo, consultora da FGV Projetos.
O levantamento da FGV Projetos mostra que as construtoras expandiram também a oferta de lançamentos de imóveis
de padrão médio-baixo (preço
médio da ordem de R$ 100 mil).
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