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Sem gás, usina de MT recorre a diesel de SP
Afetada por corte de gás boliviano, termelétrica de Cuiabá receberá caminhões com combustível de Paulinía para operar
Falta acordo porque custo do óleo mais o frete é muito superior ao do gás que vem da Bolívia, mas que não tem previsão de normalização
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS (AM)
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE (MS)
A crise de energia em Cuiabá
provocada pela falta de gás boliviano para alimentar a termelétrica local fez com que o Ministério de Minas e Energia criasse um esquema emergencial
para levar óleo diesel de caminhão desde Paulínia (SP) até a
capital mato-grossense, distante cerca de 1.500 km.
A solução provisória estava
sendo afinada ontem entre o
governo federal, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Furnas e a Pantanal Energia, controladora da termelétrica. Um dos impasses era sobre
o custo da operação, maior do
que a compra de gás boliviano.
O combustível, que deverá
ser comprado da Petrobras, pode começar a chegar a Cuiabá já
na semana que vem, segundo a
Folha apurou.
Atualmente, a termelétrica
Governador Mário Covas está
inoperante por falta de gás, fragilizando a rede de abastecimento de energia elétrica no
Estado de Mato Grosso.
O diretor comercial e de assuntos regulatórios da Pantanal, Fábio Garcia, disse que
existe uma negociação para trazer óleo diesel de Paulínia (SP)
para atender a usina, mais que
ainda não houve acordo.
Garcia disse que desde o início deste mês a usina parou de
funcionar sem o gás. Ele afirmou, sem dar detalhes, que a
negociação com a Bolívia continua para que o fornecimento de
gás seja restabelecido.
O chefe do escritório do governo de Mato Grosso em Brasília, Jefferson de Castro Júnior, confirmou que o diesel será transportado de Paulínia para atender a usina em Cuiabá.
Castro acompanha a situação
da termelétrica a pedido do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).
A Cemat (Centrais Elétricas
Mato-grossenses), que distribui energia a 850 mil consumidores de Mato Grosso, informa
que, sem a termelétrica, o sistema fica vulnerável. "Quando
contamos com a produção mínima da usina termelétrica de
Cuiabá, de 135 MW, temos a
tranqüilidade de poder liberar
uma pequena hidrelétrica para
manutenção. Ou, quando começam as chuvas e as descargas
atmosféricas, temos cobertura
para eventuais reparos nas redes. Sem essa geração, o sistema de distribuição fica mais
frágil", informou a diretoria.
Devido às oscilações e quedas
no fornecimento de energia, o
prefeito de Cuiabá, Wilson
Santos (PSDB), decretou na última segunda-feira situação de
emergência na cidade. A baixa
umidade relativa do ar e a dificuldade em manter o abastecimento de água em bairros também motivaram o decreto.
Quando está em operação, a
termelétrica, controlada pela
Pantanal Energia, é responsável por 70% da energia produzida em Mato Grosso.
A Bolívia enfrenta problemas
de produção de gás. Um dos
seus campos mais importantes,
o de Margarita (sul do país), está parcialmente paralisado,
sem data para normalizar.
No final de setembro, a Bolívia informou à Pantanal que
não poderá fornecer gás regularmente pelo menos até o final
do ano. Especialistas bolivianos, porém, afirmam que a normalização só será possível daqui a no mínimo seis meses.
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