São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercados aguardam discurso de Bernanke

Presidente do Fed depõe no Congresso sobre a crise

DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma semana de muitas oscilações e incertezas, os mercados financeiros globais estarão mais uma vez atentos a novidades sobre o sistema financeiro americano, que está no centro das preocupações.
Os investidores vão se deparar nos próximos dias com dois testemunhos de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos EUA), no Congresso. Em meio às dúvidas em relação aos futuros desdobramentos da crise que assola o sistema financeiro do país, o mercado pesará cada comentário de Bernanke.
Amanhã Bernanke irá ao comitê de bancos do Senado dos EUA, acompanhado pelo secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson. Seu segundo testemunho está marcado para quarta-feira.
Na semana passada, os indicadores econômicos acabaram tendo efeito menor que o normal sobre o desempenho dos mercados financeiros. Com o colapso do banco norte-americano Lehman Brothers e a necessidade de socorro oficial à seguradora AIG, o mercado passou a semana passada focado em novidades sobre a crise.
De qualquer forma, diferentes dados econômicos americanos serão conhecidos nos próximos dias. Hoje a semana começa com a apresentação do índice de atividade medido pelo Fed regional de Chicago. Amanhã é a vez do índice do setor manufatureiro do Fed de Richmond.
Importante será a apresentação do PIB dos Estados Unidos do segundo trimestre, que vai ser conhecido nesta sexta.
"A previsão é de crescimento de 3,3% do PIB dos EUA no segundo trimestre, nessa apuração final. Apesar deste resultado surpreendente da economia norte-americana no segundo trimestre, espera-se forte desaceleração a partir do próximo trimestre, liderado pela provável queda nos gastos dos consumidores", afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
A sexta trará ainda o indicador de consumo pessoal e o índice de confiança do consumidor americano.
Ainda na agenda americana, a quinta-feira será um dia bem recheado: haverá números de novas solicitações de seguro-desemprego, vendas de imóveis novos e encomendas de bens duráveis.
A cada notícia ou rumos novo, as Bolsas de Valores oscilaram de forma intensa, tanto para cima quanto para baixo.
Tanto que a divulgação da esperada ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), na quinta-feira passada, acabou por ter pouca influência no mercado brasileiro. O documento explicou os motivos que levaram o Copom a elevar a taxa básica Selic de 13% para 13,75%.
"A ata da última reunião do Copom trouxe um tom mais ameno em relação à inflação doméstica sem que, contudo, tenha sinalizado alívio em relação às preocupações quanto ao ritmo de expansão da demanda", diz análise do departamento de pesquisas econômicas do Bradesco. "A partir da leitura feita, continuamos avaliando que a próxima decisão, dia 28 de outubro, será de alta de 0,50 ponto percentual."
Nesta semana, a agenda brasileira traz, na quarta-feira, o IPCA-15, que serve como uma espécie de prévia do índice oficial de inflação. A expectativa do mercado é que o IPCA-15 mostre desaceleração, de 0,35% para 0,22%. O IPCA, que é medido pelo IBGE, é o índice utilizado pelo governo para monitorar a meta de inflação.
No dia seguinte, a Fipe divulga o IPC da terceira quadrissemana. A projeção do mercado financeiro é de que o índice aponte alta de 0,45%.


Texto Anterior: Mercado irracional demanda diversificação
Próximo Texto: Dicas FolhaInvest
Bovespa encerra semana em alta após fortes oscilações

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.