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Mercados aguardam discurso de Bernanke
Presidente do Fed depõe no Congresso sobre a crise
DA REPORTAGEM LOCAL
Após uma semana de muitas
oscilações e incertezas, os mercados financeiros globais estarão mais uma vez atentos a novidades sobre o sistema financeiro americano, que está no
centro das preocupações.
Os investidores vão se deparar nos próximos dias com dois
testemunhos de Ben Bernanke,
presidente do Fed (o banco
central dos EUA), no Congresso. Em meio às dúvidas em relação aos futuros desdobramentos da crise que assola o
sistema financeiro do país, o
mercado pesará cada comentário de Bernanke.
Amanhã Bernanke irá ao comitê de bancos do Senado dos
EUA, acompanhado pelo secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson. Seu segundo testemunho está marcado para quarta-feira.
Na semana passada, os indicadores econômicos acabaram
tendo efeito menor que o normal sobre o desempenho dos
mercados financeiros. Com o
colapso do banco norte-americano Lehman Brothers e a necessidade de socorro oficial à
seguradora AIG, o mercado
passou a semana passada focado em novidades sobre a crise.
De qualquer forma, diferentes dados econômicos americanos serão conhecidos nos próximos dias. Hoje a semana começa com a apresentação do
índice de atividade medido pelo Fed regional de Chicago.
Amanhã é a vez do índice do setor manufatureiro do Fed de
Richmond.
Importante será a apresentação do PIB dos Estados Unidos
do segundo trimestre, que vai
ser conhecido nesta sexta.
"A previsão é de crescimento
de 3,3% do PIB dos EUA no segundo trimestre, nessa apuração final. Apesar deste resultado surpreendente da economia
norte-americana no segundo
trimestre, espera-se forte desaceleração a partir do próximo
trimestre, liderado pela provável queda nos gastos dos consumidores", afirma Elson Teles,
economista-chefe da corretora
Concórdia.
A sexta trará ainda o indicador de consumo pessoal e o índice de confiança do consumidor americano.
Ainda na agenda americana,
a quinta-feira será um dia bem
recheado: haverá números de
novas solicitações de seguro-desemprego, vendas de imóveis
novos e encomendas de bens
duráveis.
A cada notícia ou rumos novo, as Bolsas de Valores oscilaram de forma intensa, tanto para cima quanto para baixo.
Tanto que a divulgação da esperada ata da última reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária), na quinta-feira
passada, acabou por ter pouca
influência no mercado brasileiro. O documento explicou os
motivos que levaram o Copom
a elevar a taxa básica Selic de
13% para 13,75%.
"A ata da última reunião do
Copom trouxe um tom mais
ameno em relação à inflação
doméstica sem que, contudo,
tenha sinalizado alívio em relação às preocupações quanto ao
ritmo de expansão da demanda", diz análise do departamento de pesquisas econômicas do
Bradesco. "A partir da leitura
feita, continuamos avaliando
que a próxima decisão, dia 28
de outubro, será de alta de 0,50
ponto percentual."
Nesta semana, a agenda brasileira traz, na quarta-feira, o
IPCA-15, que serve como uma
espécie de prévia do índice oficial de inflação. A expectativa
do mercado é que o IPCA-15
mostre desaceleração, de
0,35% para 0,22%. O IPCA, que
é medido pelo IBGE, é o índice
utilizado pelo governo para
monitorar a meta de inflação.
No dia seguinte, a Fipe divulga o IPC da terceira quadrissemana. A projeção do mercado
financeiro é de que o índice
aponte alta de 0,45%.
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