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Para FMI, banco
deve bancar risco
em empréstimos
DE NOVA YORK
O FMI (Fundo Monetário
Internacional) qualificou
ontem como "crítica" para
sustentar a atual recuperação econômica a volta das
operações do mercado de securitização -que foi um dos
principais detonadores da
atual crise financeira, iniciada em setembro de 2008.
O Fundo disse também
que propostas "draconianas"
para regular esse mercado
podem acabar eliminando
um poderoso meio de geração de crédito e riquezas ao
redor do mundo.
A securitização ocorre
quando os bancos "empacotam" milhares de dívidas de
consumidores (imobiliárias,
para compra de veículos etc.)
em um único produto e o
vendem para um investidor.
A remuneração de quem
compra o papel virá das prestações que o consumidor estiver pagando.
Já o banco que securitizou
a dívida dos consumidores
praticamente nunca fica com
uma parte da aplicação. Mas
recebe uma tarifa por ter
juntado as dívidas em um
produto que depois acabou
vendendo a terceiros.
Os bancos praticamente
não correm risco com o negócio. Por isso, antes da crise
eles acabaram "empacotando" dívidas de consumidores
que não tinham condições de
pagar os empréstimos que
haviam tomado. Quando os
calotes começaram, os investidores viram suas aplicações
derreter.
Antes do colapso desse
mercado, ele chegou a responder por entre 20% e 60%
do "funding" (capital) que os
bancos levantavam para conceder financiamentos a novos mutuários em países como Estados Unidos, União
Europeia e Japão.
Para o FMI, a imposição de
grandes restrições às operações pode "matar" esse mercado em vez de controlá-lo.
Parte com o banco
Uma das ideias das autoridades regulatórias nos Estados Unidos, por exemplo, é
exigir que o banco fique com
uma parte dos papéis securitizados.
É que, dessa forma, o banco seria mais cauteloso ao
analisar qual tipo de dívida
está "empacotando" para
vender aos investidores.
Pois, se o papel for arriscado,
o banco também pode perder dinheiro.
O FMI considera que se esse percentual a ser mantido
com o banco for muito elevado, eles simplesmente podem desistir dessas operações. Já o mercado como um
todo, ficaria com menos
"funding" para gerar novos
financiamentos.
"As novas políticas [para o
mercado] não devem fazer
com que ele volte à "octanagem" do passado, mas que seja sustentável", diz o FMI.
Na opinião do Fundo, será
preciso encontrar um "meio--termo" para que os bancos
que trabalham com a securitização mantenham "a própria pele no jogo" a fim de
evitar os exageros cometidos
no passado.
O FMI também cobrou
mais transparência das agências de classificação de risco
(que avaliavam a segurança
desses papéis). Mas, assim
como os bancos, elas também ganhavam tarifas para
fazer isso, sem se comprometer com eventuais perdas
de investidores.
(FCZ)
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