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CÂMBIO
Brasil negocia com o FMI fim da regra para intervenção no dólar
Governo quer flexibilizar
piso para reservas do BC
da Sucursal de Brasília
O governo está negociando com
o FMI (Fundo Monetário Internacional) uma flexibilização nas
regras de intervenção no mercado
de câmbio e também na definição
do piso das reservas em dólar do
Banco Central.
A idéia é não incluir na revisão
do acordo nenhuma regra de intervenção no câmbio em 2000.
A regra atual, definida na última
revisão do acordo com o Fundo
Monetário Internacional, prevê
um um piso para as reservas cambiais líquidas, ou seja, sem contar
os recursos emprestados por organismos internacionais em razão do acordo com o FMI.
O piso varia a cada mês -neste,
o piso é de US$ 22,2 bilhões.
Como as reservas líquidas estão
na casa dos US$ 23,3 bilhões, o
Banco Central tem tido pouca
margem para intervir no mercado vendendo dólares para impedir pressões sobre a cotação da
moeda norte-americana.
Ao negociar uma nova regra
com o FMI, o governo quer ter
mais liberdade para definir como
intervir no câmbio.
Negociação termina hoje
Ontem, os técnicos da missão
do FMI que está no Brasil tiveram
reunião com diretores do Banco
Central para discutir o assunto.
Apesar das mudanças, o governo brasileiro sabe que haverá um
piso de reservas a ser fixado como
critério de desempenho no acordo e que, se não for cumprido,
acarretará punições.
Tudo indica que as negociações
com a missão do FMI que está no
Brasil terminam hoje, mas não
deverá ser divulgado nenhum documento porque o relatório, que
será examinado pela direção do
Fundo na última semana de novembro, ainda poderá passar por
ajustes nas próximas semanas.
No caso da política cambial, a
equipe econômica avalia que não
há necessidade de definir no acordo com o FMI uma nova regra.
A previsão do governo é que o
comportamento da balança comercial mude no próximo ano,
quando se espera um superávit
comercial próximo de US$ 6 bilhões, o que reduz as pressões sobre o câmbio.
Também se espera um aumento
no fluxo de capitais estrangeiros
para o Brasil, que também contribuiria para aumentar a oferta de
dólares.
Se isso acontecer, poderá ocorrer uma queda na cotação do dólar para algo entre R$ 1,90 e R$
1,95, em média, no primeiro trimestre do próximo ano.
Com relação a este ano, as negociações com os técnicos do FMI
indicam que o país não terá problemas para cumprir as metas negociadas. Devem ser alteradas algumas previsões no cenário econômico com base nos indicadores
mais recentes. É o caso, por exemplo, do superávit comercial esperado para este ano.
Na última revisão foi projetado
um superávit de US$ 3,7 bilhões
para 99, mas, pelas previsões mais
otimistas, haveria no máximo um
equilíbrio. Nas contas mais pessimistas, o país pode fechar este
ano com um déficit próximo de
US$ 1 bilhão.
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