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TRIBUTAÇÃO
Governo criará Conta Investimento; isenção vale na troca de banco
Transferência sem CPMF sai em 2003
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até o final do ano o governo deverá editar uma medida provisória criando a Conta Investimento,
uma conta bancária que permitirá a isenção da CPMF (o imposto
do cheque) nas transferências de
recursos entre aplicações financeiras. A mudança terá vigência
imediata.
A isenção da CPMF, que é de
0,38% sobre cada saída da conta
bancária, valerá para as movimentações entre fundos de investimento, poupança e compra de
títulos, entre outros. Ou seja,
quando o investidor mudar de
uma aplicação para outra que
considerar mais adequada.
Se o dinheiro sair da aplicação
para a compra de dólares, ouro,
imóveis, carros ou outros ativos, a
CPMF será paga normalmente.
As transferências isentas acontecerão até mesmo de um banco
para outro. Hoje, o investidor paga a CPMF quando aplica o dinheiro pela primeira vez e quando retira o recurso para aplicar
novamente. Depois, no resgate
definitivo, há novo pagamento.
Com a mudança, haverá pagamento da CPMF apenas na primeira aplicação e no resgate definitivo. Assim que o dinheiro for
aplicado pela primeira vez, ele entrará na chamada Conta Investimento. Para sair desse novo "ambiente", o cliente terá de avisar o
banco que seu objetivo é mandar
o dinheiro para a conta comum.
Tratamento igual
Ontem, o Ministério da Fazenda
divulgou uma nota na qual justifica a medida pela necessidade de
oferecer ao cliente comum o mesmo tratamento dado aos grandes
investidores. "A alíquota zero está
restrita aos fundos e aos grandes
investidores que se beneficiam de
fundos exclusivos", diz a nota.
Segundo o ministério, a medida
também aumentará a competitividade entre os bancos porque a
mudança de administrador
-troca de banco que administra
o fundo- ficará mais barata.
A nota é confusa, porém, em relação à perda de arrecadação que
a medida gerará. Ontem, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, disse que essa perda ainda
não foi medida.
Na nota, apesar de dizer que a
estimativa é "difícil", o ministério
afirma que a perda "não é desprezível". "Os ganhos para a sociedade, principalmente em um ambiente de gradual redução dos juros, deverão superar o impacto na
arrecadação tributária."
O ministério também esclareceu que não haverá mudança no
Imposto de Renda de 20% que incide sobre a rentabilidade das
aplicações financeiras e no IOF,
menor para os recursos aplicados
por mais tempo.
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