DA REPORTAGEM LOCAL

Os presidentes do Brasil e dos EUA terão que ceder e arcar com o custo político de eventuais concessões para a formação da Alca. A opinião foi expressa ontem pelo diplomata Luis Lauredo, ex-representante dos EUA na OEA (Organização dos Estados Americanos) e organizador da reunião ministerial da Alca, em Miami.
"Estamos em uma etapa em que serão tomadas decisões políticas. Os presidentes terão que ceder 20%, 30%, assumir o custo político disso. Se a meta de qualquer um dos envolvidos nas negociações é obter 100% do que pretende, não se chegará a acordo nenhum", disse Lauredo, em entrevista ontem em São Paulo.
O representante do USTr (o escritório de comércio exterior norte-americano) classificou a reunião de Miami como "crítica", em decorrência do "desvio" (fracasso nas negociações) ocorrido na rodada da OMC (Organização Mundial do Comércio) em Cancún e na reunião preparatória para a Alca em Trinidad e Tobago.
"Temos 95% da Alca negociada. Agora trataremos dos pontos críticos", disse, em referência a temas como subsídios agrícolas e regras antidumping, que os EUA não querem negociar.


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