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Aumentam gastos com benefícios sociais
Programas assistenciais e benefícios do INSS de até um salário mínimo elevam peso na receita da União entre 1999 e 2004
Crescimento dos recursos alocados aos programas
de transferência de renda explica aumento dos gastos sociais do governo, diz Ipea
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os programas assistenciais e
os benefícios do INSS com forte impacto social (de até um salário mínimo) elevaram sua
participação na receita da
União de 13,3% em 1999 para
15,4% em 2004, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ao fim
de 2002, último ano do governo
FHC, o peso era de 14,4%.
De acordo com o Ipea, esses
benefícios somaram R$ 125,8
bilhões em 2004, com crescimento real (acima da inflação)
de 13,2% ante 2000 e de 6,4%
em relação a 2002. Já os programas sociais, que incluem as
transferências de renda e os benefícios pagos a deficientes,
idosos carentes que não contribuíram para o INSS e projetos
para crianças e adolescentes,
totalizavam R$ 15,9 bilhões
-alta de 76,9% ante 2000 e de
23,2% em relação a 2002.
Considerando apenas os programas de transferência de
renda, a participação na receita
da União subiu de 1,84% em
2000 para 2,78% em 2002. Alcançou 3,77% em 2004.
Segundo Pedro Humberto
Carvalho Jr., pesquisador do
Ipea, o aumento dos recursos
alocados aos programas de
transferência de renda explica
tal alta dos gastos sociais do governo. O dinheiro para financiá-los, diz, teve origem na
maior carga tributária e no corte dos investimentos da União.
O avanço proporcionalmente maior da verba para as transferências diretas de renda, diz o
estudo, mudou os focos dos
programas sociais. Ou seja, aumentou a parcela de dinheiro
destinado às famílias classificadas como pobres.
Do total do gasto social, 26%
eram destinados a idosos, 48%
para deficientes, 13% para famílias pobres e 12% para crianças e adolescentes no período
de 1995 a 1999. No período de
2003 a 2004, 36% foram para
famílias pobres, 21% para idosos, 33% para deficientes e 7%
para crianças e adolescentes.
Houve, de acordo com Carvalho Jr., uma realocação de recursos que antes iam para serviços de atendimento social,
que nem sempre atendiam ao
público-alvo. Um exemplo
eram os programas de distribuição de cestas básicas.
"O gasto com transferências
em moeda é mais eficiente do
que montar uma rede de serviços", disse Carvalho Jr.
Isoladamente, os recursos
aportados nos programas de
transferência de renda subiram, em termos reais, de R$ 6,4
bilhões em 2000 para R$ 10,4
bilhões em 2002. Em 2004, a
cifra alcançou R$ 14,1 bilhões.
Benefícios do INSS
Segundo Carvalho Jr., o aumento da expectativa de vida
da população também fez aumentar os benefícios do INSS
até um salário mínimo, que
comprovadamente têm impacto sobre a redução da pobreza
por atenderem idosos de famílias de menor renda.
Esse benefícios subiram de
R$ 35,6 bilhões em 2000 para
R$ 40,4 bilhões em 2002 e R$
41 bilhões em 2004.
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