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BC eleva compra de dólares em novembro
Até a última sexta-feira, autoridade monetária havia adquirido US$ 4 bi, ante US$ 3,6 bilhões em todo o mês passado
No ano, fluxo de dólares para o país atinge US$ 79,9 bi, o
dobro do mesmo período de 2006; Mantega nega medidas
para conter queda da moeda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aproveitando a maior entrada de capital externo no país, o
Banco Central acelerou a compra de dólares no mercado neste mês. Até a última sexta-feira,
as aquisições do BC já somavam cerca de US$ 4 bilhões,
mais que os US$ 3,6 bilhões das
operações feitas ao longo de todo o mês de outubro.
A ação do BC, porém, não impediu que o real continuasse a
se valorizar ante o dólar. Apesar das críticas ao governo que
esse movimento gera -principalmente por parte de exportadores, prejudicados pelo câmbio forte-, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) negou que
medidas para reverter a situação estejam sendo analisadas.
"Não estou preparando nenhum pacote de câmbio. O
câmbio está se comportando
até que razoavelmente bem,
tem flutuado. Não há pressão
de valorização do real", afirmou ontem o ministro, que há
dez dias havia admitido intervenção no câmbio.
"As políticas cambial e monetária têm de ser acompanhadas a todo momento. O governo
pode resolver que agora não
tem o que fazer e amanhã resolver que tem de fazer alguma
coisa. É um monitoramento
permanente, mas eu não tenho
nada preparado que vá ser feito
no momento", disse, no dia 12.
A atuação mais forte do BC
tem sido possível devido ao ingresso de divisas que tem sido
registrado neste ano. Neste
mês, também até a última sexta, US$ 3,148 bilhões haviam
entrado no Brasil, resultado
que foi puxado pelo saldo positivo da balança comercial. Neste ano, o fluxo de dólares para o
Brasil está acumulado em US$
79,924 bilhões, o dobro do mesmo período de 2006.
Já o volume de divisas adquirido pelo BC já chegou a US$ 74
bilhões, o que fez as reservas internacionais atingirem US$ 175
bilhões. No início do ano, o saldo estava em US$ 86 bilhões.
Mantega disse que a medida
a ser tomada pelo governo na
área cambial é dar continuidade às compras de dólares do BC,
com o objetivo de reforçar as
reservas. Em tese, a maior procura por dólares pelo banco
ajuda a pressionar a cotação da
moeda. O dólar fechou ontem
cotado a R$ 1,779. No mês, a
moeda acumula alta de 2,42%.
Para o ministro, as incertezas
do cenário externo ajudam a
frear a queda do dólar. "O câmbio está estabilizado em razão
das expectativas adversas do
mercado internacional e da
economia americana."
Em relação ao cenário doméstico, Mantega também citou o aumento das importações
e das remessas de lucros para o
exterior como outros dois fatores a conter a valorização do
real. Os números divulgados
ontem pelo BC mostram, porém, que o aumento ocorrido
nesses dois itens tem sido compensado pelas exportações.
Neste ano, os importadores
enviaram US$ 91,505 bilhões
para fora do país para pagar
seus fornecedores -alta de
22% em relação a 2006. No
mesmo período, o volume de
recursos trazidos ao Brasil pelos exportadores cresceu 32% e
chegou a US$ 162,104 bilhões.
Ou seja, computadas todas as
operações de comércio exterior
fechadas no Brasil neste ano, o
resultado é positivo em US$
70,600 bilhões, enquanto em
igual período de 2006 esse saldo era de US$ 47,437 bilhões.
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