São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Bernardo diz que Ipea continuará sendo plural

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Principal defensor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) diante das críticas internas no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) tentou minimizar a crise gerada com o afastamento de quatro pesquisadores do instituto que têm têm pensamento divergente da corrente desenvolvimentista que predomina no Ipea.
Bernardo negou que o governo queira amordaçar os pesquisadores do instituto e afirmou que qualquer tentativa nesse sentido não teria sucesso.
A saída dos profissionais, divulgada pela Folha, seguiu a linha da substituição de outros quatro diretores da gestão anterior, por pessoas mais alinhadas com as idéias do novo presidente do instituto, Márcio Pochmann.
Segundo Bernardo, Fábio Giambiagi, um dos afastados do cargo - que coordenava o grupo de acompanhamento de conjuntura econômica, era defensor ferrenho de medidas de controle de gastos e foi considerado "tucano demais" pelos petistas -continuará com um cargo importante no BNDES.
"Conhecendo o Fábio como conheço, não acredito que ele vá deixar de dar sua opinião quando tiver uma para dar", afirmou o ministro.
Bernardo, a quem o Ipea estava vinculado até o início deste ano, sempre barrou as tentativas de "enquadrar" o instituto. "O Ipea é uma instituição que tem autonomia, independência de pensamento. O Ipea vai continuar fazendo o trabalho que vinha fazendo e que é plural, polêmico. Às vezes, a gente gosta do que eles fazem, outras, a gente detesta. Mas essa é a função do Ipea."
No entanto, o trabalho a que o ministro se refere já sofreu modificações para se adequar à nova gestão. Uma delas é diz respeito à atuação do grupo que era liderado por Giambiagi que não poderá mais fazer recomendações públicas de política econômica.


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