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Bernardo diz que Ipea continuará sendo plural
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Principal defensor do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) diante das críticas internas no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o ministro Paulo
Bernardo (Planejamento) tentou minimizar a crise gerada
com o afastamento de quatro
pesquisadores do instituto que
têm têm pensamento divergente da corrente desenvolvimentista que predomina no Ipea.
Bernardo negou que o governo queira amordaçar os pesquisadores do instituto e afirmou
que qualquer tentativa nesse
sentido não teria sucesso.
A saída dos profissionais, divulgada pela Folha, seguiu a linha da substituição de outros
quatro diretores da gestão anterior, por pessoas mais alinhadas com as idéias do novo presidente do instituto, Márcio
Pochmann.
Segundo Bernardo, Fábio
Giambiagi, um dos afastados
do cargo - que coordenava o
grupo de acompanhamento de
conjuntura econômica, era defensor ferrenho de medidas de
controle de gastos e foi considerado "tucano demais" pelos
petistas -continuará com um
cargo importante no BNDES.
"Conhecendo o Fábio como
conheço, não acredito que ele
vá deixar de dar sua opinião
quando tiver uma para dar",
afirmou o ministro.
Bernardo, a quem o Ipea estava vinculado até o início deste ano, sempre barrou as tentativas de "enquadrar" o instituto. "O Ipea é uma instituição
que tem autonomia, independência de pensamento. O Ipea
vai continuar fazendo o trabalho que vinha fazendo e que é
plural, polêmico. Às vezes, a
gente gosta do que eles fazem,
outras, a gente detesta. Mas essa é a função do Ipea."
No entanto, o trabalho a que
o ministro se refere já sofreu
modificações para se adequar à
nova gestão. Uma delas é diz
respeito à atuação do grupo
que era liderado por Giambiagi
que não poderá mais fazer recomendações públicas de política econômica.
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