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Banco bate recorde de desembolsos
DA SUCURSAL DO RIO
A escassez de crédito no
setor privado está obrigando o BNDES a uma
verdadeira "ginástica" para atender a todos os pedidos de socorro - o banco
já vinha operando, mesmo
antes do agravamento da
crise, na capacidade máxima para desembolsos.
Até outubro, emprestou
o volume recorde de R$
71,5 bilhões -alta de 44%
na comparação com o
mesmo período de 2007.
Com os pedidos dos últimos dois meses, a previsão
é que chegue a R$ 90 bilhões neste ano.
Como as fontes de receitas são limitadas, a direção
do BNDES tenta fechar a
equação buscando recursos em organismos multilaterais, mas admite que,
sem apoio do Tesouro Nacional -ou seja, do dinheiro que todos os brasileiros
transferem ao Estado sob
a forma de impostos-,
não será possível manter o
ritmo de desembolsos para as empresas.
Apenas nas últimas semanas, o governo federal
anunciou uma linha de
crédito de até R$ 3 bilhões
a empreiteiras com obras
do PAC, prioridade do segundo mandato de Lula.
O BNDES anunciou
condições mais favoráveis
para financiar as linhas de
transmissão das usinas do
rio Madeira. A saída será
oferecer empréstimo-ponte até que o crédito definitivo seja aprovado,
alongar prazos de pagamento e abrir nova linha
para importações.
Sem isso, e com as construtoras assustadas com o
tamanho da crise, o temor
é que as usinas fiquem
prontas, mas sem linhas
para transmitir a energia.
No início do mês, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, já havia anunciado um "megapacote"
para ajudar empresas exportadoras: R$ 10 bilhões
para capital de giro, pré-embarque (financiamento
da produção do produto a
ser exportado) e empréstimos-ponte.
O conjunto de medidas
já abala o desempenho financeiro do BNDES, que
teve lucro 29,7% menor no
acumulado de janeiro a setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Parte do resultado pode ser
creditado à política de redução dos custos para financiamento, em queda
desde 2006.
Nos últimos dias, até
empresas de setores bem
menos afetados pela crise
bateram à porta do
BNDES. Foi o caso de operadoras de telefonia, que
solicitaram condições
mais favoráveis -e novas
linhas- para pagar as licenças de serviço celular
3G. O pedido foi negado.
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