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CRISE NO AR
Justiça norte-americana estende até 13 de janeiro de 2006 liminar que protege cerca de 40 aeronaves de arresto
Corte de NY concede novo prazo à Varig
LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK
Contrariando a expectativa de
que haveria falta de paciência
com o imbróglio judicial do processo de recuperação da Varig, a
Corte de Falências de Nova York
estendeu ontem até o dia 13 de janeiro a liminar que protege cerca
de 40 aeronaves de arresto.
Porém o juiz Robert Drain estipulou um cronograma de pagamento de cerca de US$ 33 milhões
da companhia aérea a empresas
de leasing até essa data -a dívida
acumulada desde junho deve chegar a US$ 56 milhões.
Com a decisão, a Varig ganha
três semanas para seguir o processo de recuperação, conforme
prazo da Justiça brasileira. Os advogados das empresas proprietárias dos aviões argumentaram
que a Varig não havia cumprido
requisitos anteriores do tribunal,
mas foram rebatidos duramente
pelo próprio juiz, que presidiu a
audiência por teleconferência
desde sua casa devido à greve de
transporte público na cidade.
Para Drain, as sucessivas mudanças no controle da Varig e a
dinâmica das propostas de operações na mesa indicam um processo saudável de recuperação
-não confusão e falhas.
"Os arrendatários se queixam
da confusão do processo, mas
tem sido assim em grande parte
pelos curtos prazos estabelecidos
pela nova lei brasileira e pelo intenso interesse de pelo menos três
empresas na Varig", disse Drain,
classificando de "white knights"
(cavaleiros brancos) os três interessados no controle da empresa:
TAP, Grupo Docas e o fundo Mattlin Patterson.
Apesar disso, a corte considerou que a Varig falhou parcialmente ao não efetuar pagamentos
consistentes aos arrendatários.
Além de US$ 5 milhões pagos ontem, estipulou o pagamento de
mais US$ 5 milhões até o dia 28.
Além disso, terá de pagar US$ 8
milhões que deve receber de recuperação de ativos da GCAS, subsidiária da General Electric.
Também terá de repassar 75%
de recebíveis de cartão de crédito
-estimados em US$ 15 milhões- para as donas dos aviões
e utilizar o restante em manutenção. Esse total de US$ 33 milhões
cobre cerca de 60% da dívida acumulada de junho a janeiro de
2006. O restante deve ser pago por
meio de injeção de capital empresarial ou financiamento.
Além dos requerimentos de pagamentos, a corte norte-americana listou como condição para a
manutenção da liminar a aprovação, antes do dia 9 de janeiro, de
um adendo ao plano de recuperação da Varig que estipule um plano de contingência de devolução
das aeronaves em caso de insolvência, inclusive garantindo prioridade de quitação aos credores
por custos com repatriação ou remontagem dos aviões.
Na última audiência, em novembro, a mesma liminar havia
sido prorrogada até ontem devido
à operação de compra da VEM e
VarigLog pela TAP. Da operação,
US$ 62 milhões foram pagos aos
arrendatários. Porém dúvidas sobre a operação -na berlinda por
oferta de recompra do Grupo Docas- foram levantadas.
No final da tarde de ontem, a expectativa era que a validade da assembléia de credores realizada na
última segunda -que aprovou o
plano de recuperação e que rejeitou a transferência do controle da
Fundação Ruben Berta, dona da
Varig, para o grupo Docas- fosse contestada. Advogados da FRB
e da Docas deveriam entrar ainda
ontem ou hoje com pedido de
anulação da assembléia.
Colaborou a Reportagem Local
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