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COMUNICAÇÕES
Para "evitar o caos", Justiça barra liminar que impedia assinatura
Teles terão contrato prorrogado hoje
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para evitar "caos nos serviços de
telefonia fixa no país inteiro" o
desembargador federal Jirair
Aram Meguerian, presidente em
exercício do TRF (Tribunal Federal Regional) da 1ª Região, suspendeu ontem a liminar que impedia a assinatura da prorrogação
dos contratos das concessionárias
de telefonia fixa por mais 20 anos.
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) confirmou a
assinatura dos contratos para hoje, às 10h, na sede da agência.
Na última sexta-feira, uma liminar concedida pela 9ª Vara da Justiça Federal havia suspendido por
90 dias a assinatura contratos.
A decisão havia sido motivada
por uma ação popular que reclamava das seguintes decisões da
Anatel: de adiar para junho a
obrigação da modificação do sistema de cobrança de pulso para
minuto e de fornecer conta detalhada e permitir reajuste até cinco
pontos percentuais maior do que
o índice escolhido para corrigir as
tarifas do setor, o IST (Índice de
Serviços de Telecomunicações,
que ainda está sendo elaborado).
Pelas regras aprovadas pela
Anatel, na data do reajuste anual
as operadoras podem escolher
um item da chamada "cesta de tarifas" (habilitação, assinatura ou
pulso) para aumentar em até cinco pontos percentuais sobre o IST
acumulado nos últimos 12 meses.
A regra vale desde que o aumento médio da "cesta de tarifas" não
ultrapasse o IST acumulado menos um fator de produtividade.
Regra semelhante existe nos contratos atuais: as empresas podem
aumentar em até nove pontos
além do IGP-DI.
A modificação do sistema de
medição das chamadas de pulso
para minuto, a conta detalhada e a
modificação do índice de reajuste
das tarifas fazem parte dos novos
contratos da teles.
A Anatel recorreu da decisão liminar e alegou que se os contratos
não fossem assinados, haveria
"grave lesão à ordem pública". O
desembargador acatou o argumento e considerou que "há expressa previsão contratual" da
prorrogação dos contratos.
De acordo com o texto da decisão, a "abrupta suspensão [dos
contratos] poderá obrigar a
União a indenizar investimentos
ainda não amortizados".
Telefone social
Os novos contratos vão incluir a
obrigatoriedade de as operadoras
oferecerem um serviço de telefonia fixa pré-paga. De acordo com
a agência reguladora, esse serviço,
chamado de Aice (Acesso Individual Classe Especial), é destinado
ao público de baixa renda.
A assinatura custará 60% do valor da cobrada em fixo normal,
mas não haverá franquia de 200
minutos.
O ministro das Comunicações,
Hélio Costa, tentou criar um telefone social, com assinatura de R$
19,90 (aproximadamente 50% da
assinatura normal), mas com direito a 120 minutos de franquia. A
iniciativa não deu certo e o ministério informou que o governo enviará projeto de lei ao Congresso criando o serviço.
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