São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Instituição reduz volume de contratos de "swap cambial reverso", e moeda fecha a R$ 2,308, baixa de 1,62%

BC "relaxa", e dólar cai pelo 2º dia seguido

DA REPORTAGEM LOCAL

No segundo dia em que o BC realizou intervenções menos agressivas no mercado de câmbio, o dólar fechou em baixa de 1,62%, vendido a R$ 2,308. A Bovespa subiu 1,36% ontem.
Ontem, a autoridade monetária vendeu apenas US$ 397 milhões em "swap cambial reverso". Em dezembro, até segunda-feira, o BC estava leiloando cerca de US$ 600 milhões desses papéis por dia. O menor volume de contratos oferecidos foi encarado por investidores e analistas como um sinal de que o fôlego do BC para grandes intervenções no câmbio estaria diminuindo.
Os contratos de "swap cambial reverso" têm o efeito de compras de dólares no mercado futuro. Ou seja, representam o aumento da demanda pela moeda norte-americana e favorecem a elevação de seu preço. Como o BC passou a ofertar menos desses títulos, a pressão sobre o dólar arrefeceu.
Os investidores que compram os contratos de "swap cambial reverso" ganham uma taxa de juros e pagam em troca ao BC a variação cambial. Apesar do recuo de 3,11% registrado pelo dólar nos últimos dois dias, a moeda americana ainda acumula valorização de 4,58% diante do real em dezembro. Hoje, o BC manterá seu atual ritmo e venderá até US$ 420 milhões em "swap reverso".
O cenário internacional favoreceu ontem os emergentes. O risco-país brasileiro chegou ao fim do dia a 306 pontos -o menor patamar da história-, em baixa de 2,55%. O risco mexicano caiu 3,20%, a 121 pontos. O russo recuou 2,59%, para os 113 pontos.
A redução do resultado do PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre foi bem recebida pelo mercado. Isso porque o ritmo apresentado mostrou que a economia americana está bem, mas não exageradamente aquecida. Assim, há espaço para que o processo de alta dos juros no país seja interrompido em breve.
E, se os juros norte-americanos deixam de subir, os emergentes tendem a receber recursos de investidores que iriam para títulos do Tesouro dos EUA. Quando o valor dos papéis de um país emergente sobe, seu risco recua.
Hoje, será divulgada a ata da reunião do Copom. O documento vai trazer detalhes sobre os motivos que levaram a maioria do diretores do BC a optar pela redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual, e não em 0,75 ponto.
(FABRICIO VIEIRA)


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