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Planalto diz que trem-bala é obra prioritária
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de incluir a construção
de um trem de alta velocidade
ligando as cidades de São Paulo
e Rio de Janeiro nas obras prioritárias do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento), o
governo anunciou que deve fazer um leilão de rodovias federais em 31 de julho.
A intenção é transferir ao setor privado 637 quilômetros da
BR-116 (BA), com tarifa máxima de R$ 2,89 para o pedágio. A
taxa de retorno foi fixada em
8,95%. A empresa ou consórcio
que assumir a estrada vai ter
que realizar obras de duplicação, avaliadas em R$ 2 bilhões.
Concluída essa etapa, vão ser
realizadas licitações dos novos
trechos que acabaram de ser incluídos no programa de privatização. Um pregão está agendado para novembro, com oferta
de 2.000 quilômetros, entre os
quais três trechos da BR-040 e
BR-116 (divisa de MG, BA e RJ).
O último leilão vai ocorrer
em abril do ano que vem, com
transferência à iniciativa privada de mais 2.000 quilômetros,
entre os quais a BR-060 (trecho
DF-GO), BR-153 (divisa de GO-MG), BR-101 (divisas do ES
com RJ e BA), BR-101 (BA) e
BR-460 (SC-RS).
O ministro dos Transportes,
Alfredo Nascimento, acredita
que a instabilidade internacional não afugenta investidores.
"Se há crise lá fora não tem problema. Os investidores vão vir
gastar dinheiro aqui no Brasil."
Em outubro do ano passado,
o governo fez o primeiro leilão
de rodovias federais na administração Lula, no qual se destacou o consórcio OHL.
Obra prioritária
A construção do trem de alta
velocidade ligando São Paulo
ao Rio de Janeiro foi assumida
como obra prioritária por considerar que pode ajudar na solução dos problemas nos aeroportos de São Paulo.
Embora a proposta ainda não
esteja fechada, a idéia do governo é que o ponto de partida da
viagem seja em Campinas, passando por São Paulo antes de ir
para o Rio. Tendo como ponto
de partida o Rio, o trem passaria primeiro por São Paulo e depois seguiria para Campinas.
Isso permitiria ampliar a utilização do aeroporto de Campinas, desafogando o tráfego de
aviões em Cumbica e Congonhas. A obra está orçada em
US$ 11 bilhões. Segundo Nascimento, o preço da passagem
entre São Paulo e o Rio de Janeiro deverá ser menor que o
da ponte aérea.
Estudos preliminares, ainda
considerando apenas o trecho
entre as duas cidades, indicaram que o trem-bala teria demanda de 32,6 milhões de passageiros por ano, o equivalente
a 89.300 passageiros por dia.
Nascimento estima que as
obras vão demorar cinco anos e
que os procedimentos que devem ser realizados antes do início da construção não vão ser
concluídos até o fim de 2009.
O governo decidiu assumir o
empreendimento, mas ainda
não dispõe de informações técnicas e financeiras. As primeiras ações consistem na contratação do BNDES (Banco Nacional de desenvolvimento Econômico Social), Banco Mundial
e do Banco Interamericano como órgãos de suporte que ficarão responsáveis por contratar
especialistas neste tipo de tecnologia e analisar demanda e
traçado da obra.
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