São Paulo, quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

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Planalto diz que trem-bala é obra prioritária

LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além de incluir a construção de um trem de alta velocidade ligando as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro nas obras prioritárias do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo anunciou que deve fazer um leilão de rodovias federais em 31 de julho.
A intenção é transferir ao setor privado 637 quilômetros da BR-116 (BA), com tarifa máxima de R$ 2,89 para o pedágio. A taxa de retorno foi fixada em 8,95%. A empresa ou consórcio que assumir a estrada vai ter que realizar obras de duplicação, avaliadas em R$ 2 bilhões.
Concluída essa etapa, vão ser realizadas licitações dos novos trechos que acabaram de ser incluídos no programa de privatização. Um pregão está agendado para novembro, com oferta de 2.000 quilômetros, entre os quais três trechos da BR-040 e BR-116 (divisa de MG, BA e RJ).
O último leilão vai ocorrer em abril do ano que vem, com transferência à iniciativa privada de mais 2.000 quilômetros, entre os quais a BR-060 (trecho DF-GO), BR-153 (divisa de GO-MG), BR-101 (divisas do ES com RJ e BA), BR-101 (BA) e BR-460 (SC-RS).
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, acredita que a instabilidade internacional não afugenta investidores. "Se há crise lá fora não tem problema. Os investidores vão vir gastar dinheiro aqui no Brasil."
Em outubro do ano passado, o governo fez o primeiro leilão de rodovias federais na administração Lula, no qual se destacou o consórcio OHL.

Obra prioritária
A construção do trem de alta velocidade ligando São Paulo ao Rio de Janeiro foi assumida como obra prioritária por considerar que pode ajudar na solução dos problemas nos aeroportos de São Paulo.
Embora a proposta ainda não esteja fechada, a idéia do governo é que o ponto de partida da viagem seja em Campinas, passando por São Paulo antes de ir para o Rio. Tendo como ponto de partida o Rio, o trem passaria primeiro por São Paulo e depois seguiria para Campinas.
Isso permitiria ampliar a utilização do aeroporto de Campinas, desafogando o tráfego de aviões em Cumbica e Congonhas. A obra está orçada em US$ 11 bilhões. Segundo Nascimento, o preço da passagem entre São Paulo e o Rio de Janeiro deverá ser menor que o da ponte aérea.
Estudos preliminares, ainda considerando apenas o trecho entre as duas cidades, indicaram que o trem-bala teria demanda de 32,6 milhões de passageiros por ano, o equivalente a 89.300 passageiros por dia.
Nascimento estima que as obras vão demorar cinco anos e que os procedimentos que devem ser realizados antes do início da construção não vão ser concluídos até o fim de 2009.
O governo decidiu assumir o empreendimento, mas ainda não dispõe de informações técnicas e financeiras. As primeiras ações consistem na contratação do BNDES (Banco Nacional de desenvolvimento Econômico Social), Banco Mundial e do Banco Interamericano como órgãos de suporte que ficarão responsáveis por contratar especialistas neste tipo de tecnologia e analisar demanda e traçado da obra.


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