São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mineradora vai pagar US$ 2,5 bi a acionistas

DA SUCURSAL DO RIO

A diretoria executiva da Vale informou ontem a aprovação da proposta de remuneração mínima de US$ 2,5 bilhões para o pagamento de acionistas no ano de 2009. O valor é o mesmo anunciado pela companhia para 2008 e está 24,5% acima de remuneração total média dos últimos três anos (2006 a 2008).
A remuneração de US$ 2,5 bilhões corresponde a US$ 0,479523218 por ação ordinária ou preferencial. Se aprovada, será paga em duas parcelas, em 30 de abril e 30 de outubro. A proposta segue para o Conselho de Administração da Vale, que delibera sobre as parcelas em 15 de abril e 15 de outubro.
O pagamento dos acionistas será efetuado em reais e calculado com base no valor da taxa de câmbio real/dólar do último dia útil antes da reunião do Conselho.
A empresa informou que negocia a aquisição de metade da participação da empresa Woodside nos consórcios BM-S-48 e BM-S-55, na bacia de Santos, visando à exploração de gás natural. A mineradora alega objetivo de "diversificar e otimizar" sua matriz energética.
O consórcio, formado pela Repsol YPF (40%), Petrobras (35%) e Woodside (25%), abriga o poço de Panoramix, onde foram encontrados indícios de hidrocarbonetos. O negócio depende da aprovação da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Demissões
Das três maiores mineradoras do mundo, a Vale é a que menos tem recorrido a demissões como medida para cortar custos. A Folha apurou que existe, dentro da empresa, preocupação em resistir ao máximo à dispensa de pessoal para evitar desgastes com o governo. Como alternativa, a empresa vem atacando as "gorduras internas" para superar a crise.
Entre os acionistas da Vale, estão a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) e o BNDES.
Até agora, a Vale dispensou 1.300 funcionários, ou 2% do total mundial. Maior mineradora do mundo, a BHP demitiu nesta semana 6.000 funcionários, ou 6% de seu total. A Rio Tinto dispensou 14 mil funcionários, ou 13% do quadro geral.
Nos nove primeiros meses de 2008, as despesas operacionais na Vale cresceram 28% em relação a igual período de 2007. Na mesma comparação, a receita subiu 8%. Segundo executivos da empresa, corte de custos tornou-se uma obsessão antes mesmo das turbulências.
Com a crise, a redução tornou-se mandatória. E, aparentemente, havia bastante a ser cortado. A Folha apurou que uma das medidas tomadas foi o controle sobre a emissão de passagens aéreas e a suspensão de trabalhos de inúmeras consultorias que faziam projetos nas áreas operacionais, administrativas e de tecnologia.


Texto Anterior: CSN pode cortar 3.200; Vale propõe licença
Próximo Texto: Empresa evita demitir para não irritar o governo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.