São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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INTERNET

Anatel não resolve impasse com teles na rede de banda larga

JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

O plano de universalização da banda larga continuará congelado sem o consenso entre a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e as operadoras de telefonia fixa. Na terça, a agência pediu que as teles aceitassem a inclusão da cláusula de reversibilidade do "backhaul" nos contratos de concessão, assinados em abril de 2008.
O "backhaul" é a rede de comunicação de dados -em ampliação pelas operadoras- que permite o acesso à internet em banda larga. Em abril de 2008, o governo aceitou a proposta das teles de trocar no PGMU (Plano Geral de Metas de Universalização) a instalação dos PSTs (Postos de Serviços Telefônicos) pela implantação do "backhaul" no país.
Na semana seguinte, a Pro Teste, instituição de defesa do consumidor, moveu uma ação, sob a alegação de que a troca de metas é ilegal. "O "backhaul" é infraestrutura do SCM (Serviço de Comunicação Multimídia), de caráter privado", afirma a advogada Flávia Lefrève, que também é integrante do Conselho Consultivo da Anatel. "As metas são definidas para o STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado), um regime público. Não dá para misturá-los."
Segundo Lefrève, isso abriria espaço para que as teles usassem recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) e da assinatura básica para custear a construção do "backhaul". "Trata-se de subsídio cruzado", afirma.
Na reunião de ontem, as teles colocaram mais dificuldade para a Anatel, que, por determinação da juíza Márcia Cecília de Marco Rocha, da 6ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, terá de inserir a cláusula de reversibilidade nos contratos.
A Telefônica afirmou que a decisão será tomada pelo Conselho de Administração da empresa, que se reúne em 20 de fevereiro. Sercomtel e CTBC aceitaram a cláusula.
A Oi condicionou a mudança do contrato ao cancelamento de um processo administrativo aberto pela Anatel por descumprimento de metas de universalização da banda larga até dezembro de 2008. Consultada, a Oi não se pronunciou.
Diante disso, não resta outra alternativa à agência senão continuar tentando derrubar a liminar na Justiça. Até lá, as metas de universalização ficam suspensas.


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