São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Vale sobe até 71% preço do ferro vendido à China

DA REDAÇÃO

A Vale acertou um aumento de até 71% no preço do minério de ferro com a Baosteel, a principal siderúrgica chinesa e que negocia pelas empresas do país. A China é o maior consumidor e produtor mundial de aço e, no ano passado, importou 383 milhões de toneladas de minério de ferro, aumento de 17,4% ante 2006.
Como aconteceu nas negociações anteriores anunciadas nesta semana, a Vale, maior produtora mundial da commodity, fechou um aumento de 71% para o minério de Carajás (Pará), de maior qualidade. Nos demais casos, o avanço foi de 65%.
A empresa brasileira anunciou nos últimos dias acertos com siderúrgicas como a japonesa Nippon Steel, a alemã ThyssenKrupp e a sul-coreana Posco.
De acordo com o analista Alan Cardoso, da Prosper Corretora, o aumento nos preços obtidos pela mineradora brasileira representariam R$ 4,5 bilhões no seu faturamento no terceiro trimestre do ano passado -o último divulgado pela empresa. No ano, isso significaria um aumento de receita de mais de US$ 10 bilhões.
A Nippon Steel deve repassar aumento de 30% nos preços do aço, devido ao avanço na cotação do minério de ferro, e a Posco pretende fazer o mesmo. A alta também deve ocorrer em setores que são grandes consumidores de aço, como o automobilístico.
Segundo a Bloomberg, a China não vai aceitar que a Rio Tinto cobre um preço superior pelo produto. A mineradora australiana, a segunda maior produtora de minério de ferro, deseja um valor maior devido ao menor custo do frete para a China. Tradicionalmente, as empresas cobram um mesmo valor pela commodity. Em 2005, a BHP Billiton, também australiana, tentou fazer o mesmo que a rival, mas fracassou nas negociações.
A Chinalco, a estatal chinesa que recentemente adquiriu, ao lado da americana, 12% das ações da Rio Tinto na Bolsa de Londres, afirmou que pretende fazer novas compras no exterior.
A compra de participação na Rio Tinto foi vista como uma tentativa do governo chinês de bloquear a sua venda para a BHP, o que daria muito poder para as duas empresas nas negociações de matérias-primas.


Com Reuters


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