São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Projetos de álcool do PAC estão atrasados

Exportações do combustível caíram 14% em 2007, para 3,2 bilhões de litros

Um dos projetos importantes ao escoamento da produção, um duto ligando Goiânia ao porto de Paranaguá, não tem mais data para conclusão

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A frustração de expectativas com o mercado de álcool teve reflexos em projetos que constam do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Um dos projetos importantes para o escoamento da produção para o mercado externo, um duto ligando Goiânia (GO) ao porto de Paranaguá (PR), não tem mais data para conclusão e agora é considerado "preocupante" (selo vermelho).
Até setembro do ano passado, a obra tinha um selo verde, que caracteriza os projetos que estão andando em ritmo adequado. Na ocasião, a expectativa do governo era que o duto, de 1.412 km, começasse a operar em setembro de 2011. A Petrobras, responsável pela obra, não incluiu o empreendimento em seu plano de negócios. De acordo com o governo, ainda não foi confirmada a viabilidade econômica do negócio.
Outro duto de escoamento de álcool, o que ligará a cidade de Senador Canedo (GO) ao porto de São Sebastião (SP), está atrasado. Em setembro do ano passado, a expectativa era que a obra ficasse pronta em dezembro de 2010. Agora, não há mais uma data precisa. O governo registra apenas que a obra deverá ficar pronta "após 2010". Ainda assim, o projeto foi classificado, no balanço divulgado em janeiro, com o selo verde (andamento adequado). O duto, se concluído, terá 1.171 km de extensão. A obra, a cargo da Petrobras, está orçada em R$ 2,42 bilhões.
A Petrobras informou que não desistiu do duto ligando Goiânia a Paranaguá. Segundo a empresa, o projeto está em fase de avaliação e só entrará no plano de negócios se tiver sua viabilidade econômica confirmada. A empresa informou ainda que seus projetos envolvendo álcool seguem normalmente dentro do cronograma previsto para cada um.
As exportações de álcool caíram 14% -de 3,6 bilhões de litros em 2006 para 3,2 bilhões de litros em 2007. Estudo do BNDES admite possibilidade de excedente de produção de 10% até 2010, a depender da evolução do preço da gasolina. A partir de 2010, segundo o banco, deverá haver um longo ciclo de crescimento sustentado, principalmente, pelo mercado interno.
No balanço do ano de 2007, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) registrou que o setor sucroalcooleiro teve queda no valor do preço de exportação tanto do açúcar quanto do álcool. O motivo foi o aumento da oferta do produto no mercado. Em 2006, segundo a CNA, o valor da tonelada de açúcar foi negociado a US$ 327 e o do álcool, a US$ 587. No ano passado, os preços caíram para US$ 263 e US$ 523, respectivamente.


Texto Anterior: Vaivém das commodities
Próximo Texto: UE recebe lista de 200 fazendas do país
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.