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Programação prevê viagem a fazendas na 4ª
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A retomada das vendas de
carne bovina brasileira para
a União Européia terá amanhã seu primeiro capítulo,
quando uma equipe de técnicos do bloco chega ao Brasil
para inspecionar por volta de
35 propriedades.
A "blitz" será realizada até
o dia 11 de março, quando a
missão retorna a Bruxelas
(sede da Comissão Européia)
com os relatórios e as impressões sobre o país líder
em exportações de carne bovina no mundo.
Depois de amanhã, os técnicos europeus apresentam
ao Ministério da Agricultura,
em Brasília, a lista de fazendas que passarão pela vistoria. As visitas in loco terão
início apenas 48 horas depois, quarta-feira.
Segundo combinação entre Brasília e Bruxelas, a lista
precisa ser mantida em sigilo. Os técnicos não estão autorizados a dar entrevistas
antes ou depois das vistorias.
Segundo apurou a Folha, o
Ministério da Agricultura espera que a União Européia
volte a importar carne de
cerca de 300 propriedades
em um primeiro momento.
Com o passar dos meses, o
número de fazendas pode
aumentar, à medida que os
pecuaristas brasileiros atendam às exigências da CE
(Comissão Européia).
Foi por não atender aos
critérios da CE, o braço executivo da União Européia,
que as vendas de carne bovina do Brasil foram suspensas
para os 27 países do bloco no
dia 1º de fevereiro. Não há
discussão direta de questões
sanitárias, mas sobre a capacidade de fiscalização do governo sobre o setor.
Confiabilidade
Os europeus querem que a
carne vendida pelo Brasil para o bloco seja totalmente
rastreada, com dados confiáveis sobre local de nascimento, por onde o animal passou,
vacinação, onde foi abatido,
entre outras informações. Os
pecuaristas brasileiros resistem a esse controle.
O governo federal, até hoje, mostrou limitada capacidade de impor essa rigidez
exigida pelos europeus e vem
protestando politicamente
contra as exigências. Ciente
dessa deficiência estatal, os
europeus esperavam em janeiro uma lista de cerca de
300 fazendas, pois esta seria
a capacidade de fiscalização
do Ministério da Agricultura
até aquele momento.
O ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim,
chegou a mencionar o assunto para o comissário europeu
para o Comércio, Peter Mandelson, em um telefonema
na semana passada. Amorim
e seu colega Reinhold Stephanes (Agricultura) questionam a limitação numérica
de fazendas, pois a OMC (Organização Mundial do Comércio) não prevê tal tipo de
restrição.
(IURI DANTAS)
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