São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Programação prevê viagem a fazendas na 4ª

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A retomada das vendas de carne bovina brasileira para a União Européia terá amanhã seu primeiro capítulo, quando uma equipe de técnicos do bloco chega ao Brasil para inspecionar por volta de 35 propriedades.
A "blitz" será realizada até o dia 11 de março, quando a missão retorna a Bruxelas (sede da Comissão Européia) com os relatórios e as impressões sobre o país líder em exportações de carne bovina no mundo.
Depois de amanhã, os técnicos europeus apresentam ao Ministério da Agricultura, em Brasília, a lista de fazendas que passarão pela vistoria. As visitas in loco terão início apenas 48 horas depois, quarta-feira.
Segundo combinação entre Brasília e Bruxelas, a lista precisa ser mantida em sigilo. Os técnicos não estão autorizados a dar entrevistas antes ou depois das vistorias.
Segundo apurou a Folha, o Ministério da Agricultura espera que a União Européia volte a importar carne de cerca de 300 propriedades em um primeiro momento. Com o passar dos meses, o número de fazendas pode aumentar, à medida que os pecuaristas brasileiros atendam às exigências da CE (Comissão Européia).
Foi por não atender aos critérios da CE, o braço executivo da União Européia, que as vendas de carne bovina do Brasil foram suspensas para os 27 países do bloco no dia 1º de fevereiro. Não há discussão direta de questões sanitárias, mas sobre a capacidade de fiscalização do governo sobre o setor.

Confiabilidade
Os europeus querem que a carne vendida pelo Brasil para o bloco seja totalmente rastreada, com dados confiáveis sobre local de nascimento, por onde o animal passou, vacinação, onde foi abatido, entre outras informações. Os pecuaristas brasileiros resistem a esse controle.
O governo federal, até hoje, mostrou limitada capacidade de impor essa rigidez exigida pelos europeus e vem protestando politicamente contra as exigências. Ciente dessa deficiência estatal, os europeus esperavam em janeiro uma lista de cerca de 300 fazendas, pois esta seria a capacidade de fiscalização do Ministério da Agricultura até aquele momento.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chegou a mencionar o assunto para o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, em um telefonema na semana passada. Amorim e seu colega Reinhold Stephanes (Agricultura) questionam a limitação numérica de fazendas, pois a OMC (Organização Mundial do Comércio) não prevê tal tipo de restrição. (IURI DANTAS)


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