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Pecuarista critica apresentação de nova relação para europeus
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
A decisão do governo brasileiro de apresentar lista com
200 fazendas de gado para o
fornecimento de carne bovina à
União Européia desagradou à
entidade que representa os pecuaristas. "Desconheço essa informação. Esse número [200]
-ou 1, 2, 20, 500, 600 ou 800-,
e nada, é um trem só", disse à
Folha Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional da
Pecuária de Corte da CNA
(Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil).
"É um absurdo o Brasil se sujeitar a isso [a imposição da
União Européia de um número
de fazendas habilitadas para
exportação]", disse. "A pecuária deles tem problemas mais
sérios que os nossos", afirmou
Nogueira, em referência aos
casos de vaca louca em vários
países do bloco econômico.
Sobre a missão de técnicos
europeus que chega ao Brasil
amanhã, o dirigente da CNA
afirmou que "toda responsabilidade cabe ao Ministério da
Agricultura". Segundo ele, o setor privado sugeriu ao governo
que simplesmente não vendesse mais carne bovina "in natura" para a UE, pela insistência
na lista de 300 fazendas.
Comunicado do ministério
divulgado ontem "ressalta a
importância do mercado europeu em termos comerciais,
lembrando que essa parceria se
mantém há mais de 60 anos, e
que o fechamento total do comércio pode ter reflexos negativos em outros mercados".
Mercado firme
Enquanto os embarques de
carne "in natura" para a Europa
continuam suspensos, o preço
do boi segue firme. Usado na liquidação dos contratos no mercado futuro, o indicador
Esalq/BM&F, calculado pelo
Cepea (Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada da USP), fechou ontem em
R$ 75,98 a prazo, praticamente
o mesmo valor de um mês
atrás, quando o bloqueio europeu ainda não estava em vigor.
Oferta mais enxuta é o motivo para as cotações se sustentarem. Especialistas consideram
que o rebanho bovino se reduziu por causa do intenso abate
de matrizes de 2003 a 2006, período de preços considerados
deprimidos. Com menos vacas
na reprodução, diminuiu a
quantidade de bezerros e, conseqüentemente, de animais
prontos para o abate.
Marcus Vinicius Pratini de
Moraes, presidente da Abiec
(Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), e Antonio Jorge Camardelli, diretor-executivo da entidade, não puderam falar ontem
com a Folha. Estavam em trânsito para Dubai, nos Emirados
Árabes Unidos. Eles participam de ação para promover a
carne bovina nacional em feira
de alimentos no Oriente Médio
a partir deste fim de semana.
Colaborou MAURO ZAFALON, da Redação
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