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TRABALHO
Parlamento vota a favor de limite maior para horas extras; mudança é vitória para Chirac e derrota para socialistas
França acaba com jornada de 35 horas
DA REDAÇÃO
O Parlamento francês aprovou
ontem em votação final, por 350
votos a 135, mudanças na lei das
35 horas semanais de trabalho,
aumentando os limites de horas
extras e permitindo que trabalhadores troquem folgas por pagamentos maiores.
A Assembléia Nacional, uma
das Casas do Parlamento da França, votou ontem a favor da proposta do presidente Jacques Chirac. Os defensores da nova lei dizem que ela ajudará a diminuir o
desemprego, atualmente em
10,1%, a maior taxa em cinco
anos, e aumentará a renda dos
trabalhadores, pois os que quiserem trabalhar mais e ganhar mais
poderiam fazê-lo.
A lei que limitava a jornada de
trabalho a 35 horas semanais era
uma bandeira do governo socialista, anterior ao de Chirac. Ela foi
aprovada em 1998 e entrou em vigor em 2001.
A esquerda francesa é contrária
à mudança na lei das 35 horas, dizendo que ela ajudou a criar milhares de empregos e melhorou a
qualidade de vida dos franceses. A
oposição diz ainda que, por causa
da pressão das empresas para cortar custos, os trabalhadores acabarão trabalhando mais pelo
mesmo salário que ganham hoje.
Antes das votações da lei, no dia
10 de março, houve protestos em
várias cidades francesas em defesa da semana de 35 horas, interrompendo serviços como transporte e correios.
Vários sindicatos de trabalhadores com renda baixa, porém,
posicionaram-se a favor das mudanças, dizendo que os funcionários queriam ganhar mais, no lugar de preservar o tempo livre.
Mudanças
A lei já havia sido alterada em
2003, quando o limite de horas extras anuais subiu de 130 para 180.
Em dezembro, o limite aumentou
novamente, para 220 horas.
Segundo a mudança aprovada
ontem, os funcionários podem
trabalhar mais de 220 horas extras
por ano, até um limite de 48 horas
semanais.
As empresas também poderão
"comprar" as folgas que os trabalhadores não quiserem. Além disso, as taxas reduzidas de hora extra para companhias com menos
de 20 funcionários poderão ser
usadas por três anos.
A jornada de trabalho continua
sendo de 35 horas, porém, para os
funcionários públicos.
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