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CRISE NO AR
Para consultoria, opções contra falência são venda, adiamento de pagamento de dívida ou linha de crédito com o BNDES
Sem injeção de capital novo, Varig não voa
DA SUCURSAL DO RIO
A Varig precisa de dinheiro novo para continuar voando. Essa é
a conclusão da maioria dos envolvidos no processo de recuperação
judicial da companhia. Com dívidas que somam mais de R$ 7 bilhões e créditos a receber do governo estimados em R$ 4,4 bilhões, a Varig precisa de capital
para atravessar a baixa temporada e recuperar a frota.
Relatório do analista do Unibanco Carlos Albano retrata as
possíveis opções para que a companhia evite a falência: venda,
adiamento do pagamento aos
principais credores e linha de crédito com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Essas são as alternativas com as quais trabalha a
reestruturadora da companhia, a
consultoria Alvarez & Marsal.
A principal proposta de compra
da companhia veio da Varig Log,
ex-subsidiária controlada atualmente pela Volo do Brasil, que
tem como acionistas empresários
brasileiros e o fundo de investimentos americano Matlin Patterson. A proposta de US$ 400 milhões esbarrou no veto da Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil), que adiou o aval para a transferência de ações da Varig Log para a Volo até que essa cumpra as
exigências legais. Depois de superar essa etapa, a Varig Log precisa
convencer os credores, que precisam aprovar a operação.
A Varig tenta negociar a concessão de um prazo de carência com
os principais fornecedores. A BR
Distribuidora, no entanto, já indicou que não está disposta a ceder.
Desde 1º de janeiro, a Varig paga
na véspera pelo combustível necessário para abastecer os aviões
no dia seguinte. A empresa já negociou redução salarial de 30% e o
corte de 2.900 vagas. Com a Infraero, os executivos afirmam que
é possível chegar a um acordo.
A previsão dos executivos da
Varig é que o FIP (Fundo de Investimento e Participação), o mecanismo desenhado para atrair
novos investidores, fique pronto
em julho.
Na avaliação de antigos representantes da administração da
Varig, deixar a aérea quebrar em
ano de eleição teria uma repercussão negativa para o governo.
Os funcionários representados
pelo TGV (Trabalhadores do
Grupo Varig) defendem ainda
que a companhia seja levada a leilão com um lance mínimo de
R$ 500 milhões. O valor viria da
conversão de debêntures dos credores. A idéia original era usar recursos da poupança dos ativos no
Aerus, mas, com a liquidação do
fundo de pensão decretada pela
SPC (Secretaria de Previdência
Complementar), a proposta precisou ser modificada.
Segundo Albano, a principal
possibilidade para dar mais tempo à Varig é o fechamento de um
acordo com os credores.
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