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G24 cobra mudanças, mas critica o formato
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O G24, grupo de 24 países em
desenvolvimento do qual o Brasil
faz parte, criticou o formato que o
FMI (Fundo Monetário Internacional) pretende adotar para a reforma no seu atual sistema de representatividade.
"Gostaríamos de uma reforma
fundamental em todo o sistema",
afirmou o mexicano Ariel Buira,
representante do secretariado do
G24. Ele também cobrou do Fundo a fixação de uma data-limite
para que o tema seja resolvido.
Para os países em desenvolvimento, a reforma deveria ser adota após a reunião que o FMI fará
em setembro, em Singapura.
"No plano atual, o primeiro estágio poderá dar cotas maiores a
um número muito reduzido de
países, que certamente merecem
um aumento de sua representatividade", disse Buira. "Nossa preocupação, no entanto, é que, com
isso, alguns países digam que a reforma já foi feita e que não se fale
mais sobre o assunto nos próximos 10 ou 20 anos."
Além do Brasil, o G24 inclui países como a Argentina, Venezuela,
Irã, Índia e Nigéria. A China também faz parte do grupo, como
"convidada especial", desde 1981.
Pela proposta em gestação no
Fundo, o diretor-gerente Rodrigo
de Rato propõe, em um primeiro
estágio, um aumento das cotas
para países que tiveram um rápido crescimento nos últimos anos,
como China e Coréia do Sul. Com
isso, eles teriam maior poder de
voto nas decisões do organismo.
O segundo passo na reforma
ainda não está claro, mas poderá
significar um aumento dos chamados "votos básicos" para os
países africanos e um possível
ajuste no número de assentos no
board do Fundo.
Na sexta, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) mostrou-se
apreensivo com o rumo das discussões e disse que o Brasil deve
avaliar "com calma" as propostas.
O país tem um peso de 1,5% nas
decisões do FMI e, segundo Mantega, não quer que uma eventual
mudança venha a diminuir a representatividade do Brasil.
Mantega sugeriu que seja usado
o critério do tamanho PIB (Produto Interno Bruto) de cada país
para rediscutir o sistema de cotas.
Em comunicado, porém, o G24
considerou "imperativa" uma
mudança no sistema de cotas. O
G7 (EUA, Japão, Alemanha, França, Itália, Canadá e Grã-Bretanha)
também apóia mudanças.
(FCZ)
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