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Governo federal já deve R$ 633 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dívida do governo federal no
mercado financeiro cresceu 1,11%
em abril, passando de R$ 626,32
bilhões em março para R$ 633,29
bilhões no mês passado, segundo
dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional.
Apesar do aumento, a variação
da dívida foi inferior à da taxa básica de juros (Selic) praticada no
mercado no mês, de 1,48%, e da
taxa de câmbio, de 1,67%.
Ontem, o Copom (Comitê de
Política Monetária) do Banco
Central decidiu manter a Selic
inalterada em 18,5% ao ano. A decisão coincidiu com a expectativa
da maioria dos analistas.
Se o Tesouro Nacional não tivesse recomprado R$ 5,5 bilhões
em títulos que venceram no mês,
o crescimento teria sido maior.
No mês passado, houve nervosismo no mercado por causa dos
efeitos das pesquisas eleitorais, indicando o crescimento de Luiz
Inácio Lula da Silva, candidato do
PT ao Planalto, e por conta das recomendações de investimentos
feitas por alguns bancos estrangeiros. O nervosismo afetou as taxas de câmbio.
O resgate ocorrido em abril é a
diferença entre os vencimentos de
papéis públicos, totalizando R$
25,3 bilhões no mês passado, e o
volume emitido, R$ 19,8 bilhões.
Participação
A participação dos títulos prefixados (correção definida no momento da venda do título) na dívida total aumentou de 9,07% em
março para 9,77% em abril. A intenção do governo é manter esse
crescimento nos próximos meses.
A parcela da dívida corrigida
pela variação cambial caiu de
28,68% em maio para 27,75% em
abril. Isto é, a dívida com correção
cambial passou de R$ 179,6 bilhões para R$ 175,5 bilhões no período.
Parte desse resultado reflete a
emissão dos novos títulos pós-fixados vinculados a contratos de
"swap" cambial. Com isso, os papéis indexados ao dólar são substituídos por títulos corrigidos pela
Selic.
O Banco Central, porém, continua com o encargo de cobrir a variação da taxa de câmbio por causa de um contrato feito em separado. A vantagem é a redução do
custo de rolagem da dívida.
Em abril, foram resgatados R$
8,6 bilhões em títulos cambiais e
emitidos R$ 6,7 bilhões de papéis
pós-fixados com "swap" cambial.
Se os novos títulos fossem considerados como parte da dívida
cambial, na prática a parcela da
dívida indexada ao câmbio teria
passado de 28,68% em março para 28,84% em abril.
O prazo médio da dívida do governo no mercado foi de 35,58
meses em abril. A parcela da dívida que tem de ser rolada no prazo
de um ano ficou em 25,91%.
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