São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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Governo federal já deve R$ 633 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A dívida do governo federal no mercado financeiro cresceu 1,11% em abril, passando de R$ 626,32 bilhões em março para R$ 633,29 bilhões no mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional.
Apesar do aumento, a variação da dívida foi inferior à da taxa básica de juros (Selic) praticada no mercado no mês, de 1,48%, e da taxa de câmbio, de 1,67%.
Ontem, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu manter a Selic inalterada em 18,5% ao ano. A decisão coincidiu com a expectativa da maioria dos analistas.
Se o Tesouro Nacional não tivesse recomprado R$ 5,5 bilhões em títulos que venceram no mês, o crescimento teria sido maior.
No mês passado, houve nervosismo no mercado por causa dos efeitos das pesquisas eleitorais, indicando o crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Planalto, e por conta das recomendações de investimentos feitas por alguns bancos estrangeiros. O nervosismo afetou as taxas de câmbio.
O resgate ocorrido em abril é a diferença entre os vencimentos de papéis públicos, totalizando R$ 25,3 bilhões no mês passado, e o volume emitido, R$ 19,8 bilhões.

Participação
A participação dos títulos prefixados (correção definida no momento da venda do título) na dívida total aumentou de 9,07% em março para 9,77% em abril. A intenção do governo é manter esse crescimento nos próximos meses.
A parcela da dívida corrigida pela variação cambial caiu de 28,68% em maio para 27,75% em abril. Isto é, a dívida com correção cambial passou de R$ 179,6 bilhões para R$ 175,5 bilhões no período.
Parte desse resultado reflete a emissão dos novos títulos pós-fixados vinculados a contratos de "swap" cambial. Com isso, os papéis indexados ao dólar são substituídos por títulos corrigidos pela Selic.
O Banco Central, porém, continua com o encargo de cobrir a variação da taxa de câmbio por causa de um contrato feito em separado. A vantagem é a redução do custo de rolagem da dívida.
Em abril, foram resgatados R$ 8,6 bilhões em títulos cambiais e emitidos R$ 6,7 bilhões de papéis pós-fixados com "swap" cambial.
Se os novos títulos fossem considerados como parte da dívida cambial, na prática a parcela da dívida indexada ao câmbio teria passado de 28,68% em março para 28,84% em abril.
O prazo médio da dívida do governo no mercado foi de 35,58 meses em abril. A parcela da dívida que tem de ser rolada no prazo de um ano ficou em 25,91%.



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