São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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COLAPSO DA ARGENTINA

Presidente teria dito que renuncia se Congresso não aprovar medidas exigidas pelo FMI

Duhalde ameaça sair se leis não mudarem

France Presse
Desempregado e o filho pedem esmolas em frente de loja fechada em avenida de Buenos Aires


JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES

O presidente argentino, Eduardo Duhalde, decidiu aumentar a pressão sobre governadores e parlamentares para que aprovem as medidas exigidas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Segundo o site do jornal "Clarín", Duhalde teria ameaçado renunciar várias vezes nesta semana para apressar a assinatura do acordo com o organismo.
Após sofrer pressões de dirigentes de vários países, Duhalde telefonou para o senador Raúl Alfonsín na última terça-feira, quando pela primeira vez teria dito que renunciaria se a lei de Subversão Econômica não fosse aprovada na Câmara.
O partido de Alfonsín, a UCR, manteve travada a análise dessa legislação nas últimas duas semanas. Com ou sem ultimato, o fato é que na noite de ontem houve acordo entre a UCR e os peronistas para que a lei fosse votada pelos deputados hoje.
Ontem pela manhã, Duhalde teria repetido a ameaça feita a Alfonsín para seus ministros, durante reunião na Casa Rosada (sede do governo). No final da tarde, Duhalde teria pedido ao demissionário presidente do Banco Central, Mario Blejer, que ficasse mais 15 dias no cargo. Se nesse prazo não houvesse acordo com o FMI, o presidente teria dito que ele mesmo renunciaria.
O presidente também convocou reunião de governadores de seu partido, o peronista, na segunda-feira, para anunciar o ultimato. Ontem ele deu prazo de 10 dias para que os governadores aceitem corte do déficit fiscal em 60%.


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