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Montadoras recuperam nível de emprego de 1997
Ano era considerado o melhor do setor do país, mas deve ser superado por 2007
Em 97, setor produziu 2 mi de unidades -1,9 mi para o mercado interno; em 2007, devem ser 2,8 mi, com 2,2 mi para o mercado interno
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
A indústria de automóveis no
Brasil revive o bom desempenho de 1997, considerado o ano
dourado do setor no país. Todos os recordes devem ser batidos: produção, vendas no mercado interno e receita com exportação. Os empregos gerados
também acompanham o movimento de alta e, até maio, somam 110 mil funcionários, com
tendência de alta -em 1997,
eram 115 mil funcionários.
Hoje, porém, o setor tem
uma nova cara. Se em 1997
eram nove empresas em atividade, hoje a recuperação é puxada por 22. O ABC, antes conhecido como o berço da indústria automobilística, divide
as atenções com outras regiões.
Em 1997, o setor produziu 2
milhões de unidades e as vendas no mercado interno somaram mais de 1,9 milhão de veículos. Em 2007, as projeções
apontam para uma produção
de 2,8 milhões de veículos, com
2,2 milhões voltados para o
mercado interno.
"O ano [1997] foi recorde e
convenceu as empresas a investir US$ 20 bilhões nos anos seguintes", diz José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente
da GM. O que se viu, no entanto, foram quedas constantes,
que resultaram no corte de vagas -o setor ficou com 90 mil
vagas 2003. A retomada só começaria em janeiro de 2004.
Agora, a condição favorável
do país, com reservas internacionais elevadas e com o menor
risco-país da história, faz o setor apostar em um crescimento
sustentável, diferentemente do
que ocorreu em 1997.
Para as empresas, a estabilidade econômica, a queda da Selic e a expansão da massa salarial e do crédito explicam e seguram as altas. Os financiamentos, mais longos e com juros menores, respondem por
85% das vendas. Assim, o contexto estimula as empresas a
investir e reverter os prejuízos
da chamada "década perdida",
como definem executivos.
A Fiat abriu 1.200 vagas em
janeiro e anunciou outras 1.700
contratações entre maio e junho, enquanto a Volkswagen
empregou 700 temporários em
Taubaté (SP). A General Motors criou 600 vagas para engenheiro em 2006 -metade ainda será preenchida neste ano,
além de 400 para sistemistas
em Gravataí (RS)
A DaimlerChrysler contratou 450 para a fábrica da Mercedes-Benz, a Renault abriu
600 vagas para o complexo onde também funciona a Nissan e
a Honda contratou 550.
A Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) resume a expectativa do setor: "Alta na produção aumenta o nível de emprego, fato que pode ser observado neste momento. A expectativa é a de crescimento, sobretudo das vendas internas e
da produção, o que abre perspectivas para o incremento de
vagas na cadeia automotiva".
De acordo com a entidade,
cerca de 200 mil empresas têm
suas atividades ligadas à produção e aos serviços automotivos.
Segundo a Anfavea, considerando os empregos diretos nas
montadoras, indiretos da cadeia de suprimentos e de distribuição e da cadeia de serviços,
como oficinas, seguradoras, financeiras e postos de abastecimento, o setor gera 1,5 milhão
de empregos.
O presidente da Volkswagen,
Thomas Schmall, durante lançamento da linha 2008 da empresa, ponderou: "Estamos otimistas com o futuro, mas demoramos dez anos para equiparar as vendas internas que
foram registradas em 1997".
Pinheiro Neto, da GM, também acredita que o setor esteja
"avançando para 1997", mas
defende que a situação é diferente. "Todo o setor, no mundo
inteiro, tem altos e baixos. A situação frágil que o Brasil viveu
após o espetacular 1997 não
persiste. Os juros declinantes,
as reservas fantásticas e a queda do risco-país indicam condição favorável."
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