São Paulo, terça-feira, 23 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crise ajuda FMI a ter lucro após três anos de prejuízos

Fundo registra ganhos de US$ 126 mi, após elevar concessão de empréstimo a países em dificuldade

DA REDAÇÃO

Com a crise ganhando força e se alastrando para os países emergentes no ano passado (que tiveram que recorrer a empréstimos externos), o FMI (Fundo Monetário Internacional) voltou a ter lucro, após três anos consecutivos de prejuízo.
O Fundo teve lucro de cerca de US$ 126 milhões no ano fiscal de 2009 (período de 12 meses encerrado no último dia 30 de abril), ante uma previsão inicial de prejuízo de aproximadamente US$ 292 milhões. A entidade perdeu US$ 89 milhões no ano fiscal anterior.
De acordo com o próprio organismo, o resultado positivo foi motivado pelo aumento dos empréstimos, devido à crise global, e por ganhos maiores do que o esperado com investimentos em títulos de renda fixa. E a projeção para o atual ano fiscal é de um novo lucro: US$ 446 milhões. Só que ele pode ser ainda maior e superar a casa de US$ 1 bilhão, caso se confirmem os financiamentos que estão sendo negociados com países-membros.
A crise não só fez o Fundo retomar a sua posição no centro das discussões econômicas globais como também fez com que ele recuperasse suas finanças. Historicamente, os empréstimos concedidos a países em dificuldades são uma das principais fontes de receita do organismo, mas ela vinha secando devido aos anos seguidos de crescimento da economia global, em que países como o Brasil anteciparam a quitação das suas dívidas.
O cenário de crescimento global fez com que o FMI, sob o comando do diretor-geral, Dominique Strauss-Kahn (que assumiu em 2007), tivesse que cortar gastos e aumentar receita: 380 funcionários (de um total de 2.900) aceitaram o programa de demissão voluntária e foi aprovada a venda de 403 toneladas de ouro de suas reservas para pôr as contas em dia.
Agora, porém, esse cenário mudou: desde a eclosão do agravamento da crise (em setembro de 2008), o FMI já firmou acordos com vários países, como México, Hungria, Letônia e Ucrânia, o que deve fazer com que que o lucro não fique restrito ao atual ano fiscal. No plano internacional, também houve mudanças, com o G20 prometendo mais US$ 500 bilhões para o FMI conceder empréstimos.


Texto Anterior: Banco terá de recolher Cofins sobre receita financeira, diz TRF
Próximo Texto: Queda do PIB global será mais profunda, prevê Bird
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.