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Fundos garantirão mais R$ 45 bi em crédito
Fundo do BNDES e do BB para cobrir inadimplência de pequena e média empresa começa a funcionar em duas semanas
Banco do Brasil terá seu próprio fundo para cobrir eventual inadimplência de pequenas e médias empresas, diz ministro
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Aguardado desde fevereiro
para destravar o crédito para
pequenas e médias empresas, o
governo deve anunciar ainda
nesta semana o novo fundo de
aval, uma espécie de seguro
contra inadimplência bancado
pelo BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social), segundo o ministro
da Fazenda, Guido Mantega.
O ministro afirmou que o
fundo já tem R$ 700 milhões
em recursos do BNDES e que
terá um aporte adicional de R$
1 bilhão, o que elevará, na prática, sua capacidade de viabilizar
mais de R$ 15 bilhões em empréstimos garantidos.
Além do fundo com recursos
do BNDES, Mantega afirmou
que o Banco do Brasil criará o
seu próprio fundo de aval, que
poderá somar até R$ 4 bilhões
em recursos e dar garantias para mais de R$ 30 bilhões em novos financiamentos.
Para o ministro, as empresas
de menor porte ainda sofrem
com a carência de crédito porque têm dificuldade em oferecer garantias como bens, imóveis e recebíveis [pagamentos
que receberão no futuro] para
os bancos. A ideia é que essas
empresas se utilizem do fundo
para oferecer garantias e, com
isso, conseguir reduzir o risco e
as taxas de juros dos seus financiamentos. O setor é o maior
empregador no país.
"Nós ainda temos problemas
[na oferta de crédito] para pequenas e médias empresas, que
têm dificuldade de obter crédito. Empresa pequena precisa
dar garantia, mas não tem nada
para oferecer. O banco diz que,
como o cliente não dá garantia,
tem de cobrar uma taxa elevada. Vindo com a garantia de
crédito, [a empresa pequena]
terá uma taxa de juros menor."
Para Mantega, os dois fundos
poderão começar a operar em
até duas semanas. "Nós esperamos que pequenas e médias
empresas voltem a operar no
mercado; hoje, elas estão operando com pouco capital de giro e na defensiva -não estão fazendo tudo que poderiam fazer.
[Com a medida] Estaremos ativando mais uma área da atividade econômica no país", disse.
O ministro afirmou que o
Brasil se acostumou a operar
com pouco crédito, o que é incompatível com o tamanho da
economia. "Durante a crise,
houve uma retração, principalmente dos bancos privados.
Mas os bancos públicos estão
aumentando o seu volume de
crédito. E quem não aumentar
nos próximos meses vai ficar
para traz. Certamente vai ter
mais oferta do que demanda de
crédito", disse.
No ano passado, o BNDES
concedeu R$ 9 bilhões para pequenas empresas e R$ 11 bilhões para as médias. Para este
ano, a expectativa é que o fundo
de aval possibilite aumentar
ainda mais os desembolsos.
Bens de capital
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que o
governo deve concluir também
nesta semana um plano de estímulo ao setor de bens de capital, como máquinas e equipamentos. Coutinho não detalhou a proposta, mas disse que
se trata de desoneração fiscal e
de incentivos financeiros para
as fabricantes de equipamentos voltarem a produzir. "Ainda
precisamos avaliar o impacto
fiscal de algumas medidas."
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