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Indústria siderúrgica esboça recuperação
Setor cresce 9,5% em maio, mas produção ainda está abaixo do patamar de 2008; CSN volta a contratar
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Após um dos maiores baques
de sua história com a crise global, a indústria siderúrgica esboça uma retomada: sua produção cresceu 9,5% de abril para maio, segundo o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia).
Em outro sinal de recuperação, o ministro Carlos Lupi
(Trabalho) afirmou que a Companhia Siderúrgica Nacional
voltou a contratar em junho.
Lupi atribuiu a informação ao
sindicato dos metalúrgicos de
Volta Redonda (RJ). O ministro disse que a CSN readmitiu
cerca de 70% dos empregados
demitidos na crise.
Para o setor, no entanto, ainda há pouco a comemorar. Usinas operam com metade da capacidade. A produção de maio
(1,9 milhão de toneladas) registrou retração recorde de 40%
ante janeiro a maio de 2008.
"O setor está longe de operar
dentro daquilo que é a normalidade -pelo menos 80% da capacidade instalada", diz Marco
Polo de Mello Lopes, vice-presidente executivo do IBS.
Com o agravamento da crise,
as usinas paralisaram 6 dos 14
altos-fornos em operação no
país. Todas as grandes empresas do setor tomaram tal medida: Gerdau, CSN e Usiminas.
Aos poucos, elas começaram
a religar os fornos, com o reaquecimento do mercado interno -já que a demanda global
para produtos siderúrgicos se
mantém ainda bastante fraca.
"O mercado externo desapareceu. Historicamente, o setor
sempre exportou de 30% a 40%
da sua produção."
Agora, a situação começa a
melhorar e as empresas voltaram a ampliar a produção. A
CSN colocou novamente em
operação na semana passada
seu alto-forno 2, responsável
por 30% de sua produção.
A Gerdau fez o mesmo com o
um alto-forno de sua subsidiária Açominas. Paralisado desde
dezembro, o equipamento voltará a operar em 1º de julho e
tem capacidade de produção de
3 milhões de toneladas/ano de
aço. Apesar da melhora, a siderúrgica decidiu parar o outro
alto-forno da Açominas, cuja
capacidade é menor -1,5 milhão de toneladas/ano.
Para Lopes, as medidas do
governo de estímulo aos setores de construção, linha branca
e automobilístico impulsionaram a siderurgia. Falta agora,
diz, desonerar a cadeia de bens
de capital. "Esses quatro setores representam 80% da produção de aço", diz.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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