São Paulo, terça-feira, 23 de junho de 2009

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Indústria siderúrgica esboça recuperação

Setor cresce 9,5% em maio, mas produção ainda está abaixo do patamar de 2008; CSN volta a contratar

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Após um dos maiores baques de sua história com a crise global, a indústria siderúrgica esboça uma retomada: sua produção cresceu 9,5% de abril para maio, segundo o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia).
Em outro sinal de recuperação, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou que a Companhia Siderúrgica Nacional voltou a contratar em junho. Lupi atribuiu a informação ao sindicato dos metalúrgicos de Volta Redonda (RJ). O ministro disse que a CSN readmitiu cerca de 70% dos empregados demitidos na crise.
Para o setor, no entanto, ainda há pouco a comemorar. Usinas operam com metade da capacidade. A produção de maio (1,9 milhão de toneladas) registrou retração recorde de 40% ante janeiro a maio de 2008.
"O setor está longe de operar dentro daquilo que é a normalidade -pelo menos 80% da capacidade instalada", diz Marco Polo de Mello Lopes, vice-presidente executivo do IBS.
Com o agravamento da crise, as usinas paralisaram 6 dos 14 altos-fornos em operação no país. Todas as grandes empresas do setor tomaram tal medida: Gerdau, CSN e Usiminas.
Aos poucos, elas começaram a religar os fornos, com o reaquecimento do mercado interno -já que a demanda global para produtos siderúrgicos se mantém ainda bastante fraca.
"O mercado externo desapareceu. Historicamente, o setor sempre exportou de 30% a 40% da sua produção."
Agora, a situação começa a melhorar e as empresas voltaram a ampliar a produção. A CSN colocou novamente em operação na semana passada seu alto-forno 2, responsável por 30% de sua produção.
A Gerdau fez o mesmo com o um alto-forno de sua subsidiária Açominas. Paralisado desde dezembro, o equipamento voltará a operar em 1º de julho e tem capacidade de produção de 3 milhões de toneladas/ano de aço. Apesar da melhora, a siderúrgica decidiu parar o outro alto-forno da Açominas, cuja capacidade é menor -1,5 milhão de toneladas/ano.
Para Lopes, as medidas do governo de estímulo aos setores de construção, linha branca e automobilístico impulsionaram a siderurgia. Falta agora, diz, desonerar a cadeia de bens de capital. "Esses quatro setores representam 80% da produção de aço", diz.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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