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MERCADO FINANCEIRO
Moeda norte-americana sobe 1,36%; pesquisa eleitoral e possível saída de recursos explicam alta
Dólar vai a R$ 2,906, novo recorde do real
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar bateu novo recorde do
real e fechou valendo R$ 2,906,
em alta de 1,36%, na máxima do
dia. O recorde anterior era os R$
2,90 do dia 1º de julho.
A alta da moeda americana foi
acentuada no final das negociações. Apesar do cenário externo
nervoso, com fortes quedas nas
Bolsas mundiais, o dólar oscilou,
na maior parte do dia, com valorização moderada, de 0,5%.
Uma procura maior pela moeda
americana seria esperada, uma
vez que, em momentos de instabilidade como o atual, investidores compram dólares na busca de
um "porto seguro" -o desejo de
ter um ativo real em mãos.
O risco-país brasileiro subiu
4,6%, para 1.621 pontos.
No final da tarde, cresceu a especulação entre os operadores em
torno de sondagens eleitorais.
Números de pesquisa Vox Populi, que deveria ser divulgada
hoje, indicariam nova subida do
candidato do PPS, Ciro Gomes,
na preferência dos eleitores.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
teria permanecido estável, com
34%. Ciro teria subido para 27% e
o candidato do governo, José Serra (PSDB), caído para 13%.
Os números que circularam no
mercado variavam um pouco,
mas concordavam em dois pontos -aumentou para 14 pontos
percentuais a distância entre Ciro
e Serra. E Ciro já se aproxima de
um empate técnico com Lula. O
mercado voltou a cogitar uma
possível ida para os segundo turno de dois candidatos de oposição. Agradaria mais aos investidores se este governo elegesse seu
candidato, o que sinalizaria a continuidade da política econômica.
Também houve boatos sobre
uma saída forte de recursos. Entre
operadores, o rumor, não confirmado, era que o BNDES teria
comprado dólares para quitar títulos que estariam vencendo. No
mercado futuro, o dólar fechou a
R$ 2,884, abaixo da cotação à vista, o que reforçou a tese de saída
de recursos. Isso costuma acontecer quando, por uma necessidade
específica, o investidor se dispõe a
pagar mais pela moeda. O BC fez
sua intervenção no mercado ontem por meio de um leilão de linha externa de US$ 50 milhões.
Segundo Pedro Thomazoni, diretor do Lloyds TSB, o BC age corretamente ao não vender dólares
diariamente ao mercado.
"O BC está administrando a alta
da moeda. Até as eleições, acho
difícil que o dólar caia forte."
(ANA PAULA RAGAZZI)
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