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RETOMADA
Pesquisa revela aumento da confiança dos empresários no 2º trimestre
Indústria espera faturar e
contratar mais, aponta CNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A confiança dos empresários da
indústria brasileira aumentou
7,8% no segundo trimestre do
ano em relação ao anterior. É o
que mostra pesquisa da CNI
(Confederação Nacional da Indústria) divulgada ontem. A pontuação chegou aos 60,7, ante 56,3
pontos no primeiro trimestre.
Trata-se do maior valor para o
mês de julho desde 2000. Os dados da CNI mostram o resultado
de avaliação dos empresários. A
escala de pontuação varia de 0 a
100 -números acima de 50 indicam resultados positivos.
Da mesma forma é feita a pesquisa intitulada "Sondagem Industrial", que avalia produção, faturamento, geração de emprego e
utilização da capacidade industrial instalada. No segundo trimestre deste ano, os dados apontaram índices positivos em todos
os casos.
Isso não havia acontecido no
trimestre anterior, quando só um
índice (utilização da capacidade
instalada) não havia ficado negativo (abaixo dos 50 pontos).
"O resultado divulgado indica
que a atividade está em recuperação, a produção das empresas aumentou. A atividade neste trimestre é a mais elevada desde 2000.
Vamos lembrar que o período entre 2000 e início de 2001 foi a melhor época de crescimento da economia brasileira nos últimos
anos", avalia o coordenador da
Unidade Política Econômica da
CNI, Flávio Castelo Branco.
Ele destaca ainda que o aspecto
mais importante do levantamento é a ampliação da geração de
emprego.
"A avaliação foi positiva tanto
no último trimestre como na expectativa de criação de novos postos de trabalho para os próximos
seis meses. Ou seja, as empresas
pretendem contratar."
O resultado aponta também
que a expectativa do empresário
para o próximo semestre obteve
índices recordes, os maiores em
todas as áreas (faturamento, compras de matérias-primas e geração de emprego) desde o início da
pesquisa, em 1998.
A expectativa de exportação ficou bem avaliada (acima dos 50
pontos), mas não foi recorde. "O
índice de faturamento, compra de
matéria-prima e [a geração de]
emprego são os mais altos. O de
exportação também é positivo,
mostra que o empresário pretende exportar no próximo semestre,
mas não foi "o maior", como os
outros", disse Castelo Branco.
Principais problemas
Além de situação trimestral e
expectativas, o levantamento detectou os principais problemas
enfrentados pelos empresários.
A carga tributária foi apontada
por 74% como o maior obstáculo.
"O resultado é o mesmo pelo segundo trimestre consecutivo, tanto para as grandes como para as
pequenas e médias [empresas].
Acreditamos que a mudança da
Cofins possa ter contribuído para
essa avaliação."
O governo aumentou de 3% para 7,6% a alíquota da Cofins neste
ano com o fim da cumulatividade.
Para as pequenas e médias empresas, o segundo maior problema é a competição acirrada do
mercado. Já as grandes apontam
as taxas elevadas de juros.
De acordo com Castelo Branco,
o anúncio do Banco Central de
manter a taxa de juros em 16%
pode influenciar mais nas avaliações futuras dos empresários.
"Até agora a taxa foi a mesma,
mas está muito alta. A CNI tem
expectativa de que o governo a
abaixe. Há condições para isso."
A pesquisa foi feita entre 30 de
junho e o dia 20 deste mês, com
1.297 empresas, das quais 1.097
pequenas e médias e 200 grandes.
(ANDREA MIRAMONTES)
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