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ESTRUTURA
Mudança de cálculo do déficit público ainda demanda algum tempo
Regra de investir não muda já, diz FMI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A retirada de investimentos em
infra-estrutura do cálculo do déficit público não acontecerá no curto prazo. Além disso, a missão do
FMI (Fundo Monetário Internacional) que está no Brasil para discutir o assunto não deverá levar
proposta concreta do governo
brasileiro para aumentar os investimentos estatais para ser analisada pela instituição.
Ontem, após reunião com o ministro Guido Mantega (Planejamento), a diretora do Departamento Fiscal do FMI, Teresa Ter-Minassian, disse que o exame do
tema ainda vai levar algum tempo. "Tivemos uma boa reunião
com o ministro. Agora, é claro
que é uma reunião inicial, esse é
um processo que vai levar algum
tempo para chegar a conclusões
operativas", disse.
Questionada sobre se o governo
brasileiro apresentaria uma proposta concreta para ser analisada
pelo fundo, a representante do
FMI disse que não. "Eu acho que é
um pouco prematuro. Estamos
imaginando soluções, mas não
vai seguir imediatamente alguma
decisão", disse. Ela afirmou que a
rapidez para a definição de uma
proposta depende do Brasil.
A mudança nos cálculos do déficit público é defendida desde o
governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e se tornou uma
das principais bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
nas negociações com o FMI.
Embora diga que não pretende
renovar o acordo com o Fundo,
que expira no fim do ano, o governo segue em defesa de um novo
critério que permita elevar os investimentos em infra-estrutura.
Na quarta-feira, o subsecretário
norte-americano para Assuntos
Econômicos, Comerciais e Agrícolas, Alan Larson, deixou claro
que os EUA ainda não estão preparados para apoiar a mudança.
"O FMI está preparando projetos
pilotos para nos ajudar a analisar
todas as questões relativas a investimentos públicos em infra-estrutura mais eficazes e eficientes",
disse Larson, que esteve em Brasília. Segundo ele, o seu governo
ainda avalia o assunto.
O apoio dos EUA é importante
para que as mudanças na contabilidade do resultado fiscal sejam
aprovadas pela diretoria do Fundo. Os norte-americanos são os
principais acionistas da instituição, com mais de 17% das cotas.
Gargalo
De acordo com a assessoria do
ministro Mantega, na reunião de
ontem foram discutidos investimentos no setor público, o projeto de PPP (Parceria Público Privada) e o PPA (Plano Plurianual).
Na saída, Ter-Minassian disse que
o projeto das PPPs deveria ser
aprovado pelo Congresso porque
"é um instrumento importante
para superar os gargalos" na área
de infra-estrutura.
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