São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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Argentina ainda influi no dólar, diz governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Roberto Iglesias, afirmou que uma das possíveis razões para a alta do dólar ainda é o atrelamento, no exterior, da imagem do Brasil à crise da Argentina.
Segundo ele, por mais que o presidente Fernando Henrique Cardoso seja respeitado lá fora e tenha tentado mudar essa imagem, os investidores internacionais continuam a temer que o Brasil possa virar uma Argentina.
"Existem poucos analistas internacionais realmente especializados na economia brasileira e eles traçam outro panorama [diferente dos demais" por desconhecerem a realidade", afirmou Iglesias.
Outro fator que também faria o dólar subir são as eleições. Segundo Iglesias, alguns investidores lá fora acreditam que os dois principais candidatos de oposição ao governo (Lula e Ciro Gomes) são socialistas e podem fazer mudanças na atual política econômica.
Isso, segundo ele, seria uma das razões para os bancos internacionais terem cortado as linhas de crédito internacionais para os exportadores brasileiros. Ele afirma que não existe risco real para esses investidores em voltar a liberar as linhas de crédito.
Iglesias também explicou que as declarações dos candidatos de oposição sobre a economia influem nas decisões das empresas de comprar dólares. Para se proteger, os tesoureiros das empresas compram dólares no mesmo dia, esperando a alta.


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