São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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EM TRANSE

Empresa renegocia US$ 225 milhões, que vencem até segunda-feira

Eletropaulo enfrenta nova série de dívidas em dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

A Eletropaulo vai ter de enfrentar vencimentos de uma dívida de US$ 225 milhões até segunda-feira. Na última quarta-feira, a empresa conseguiu evitar o calote do pagamento de um débito de US$ 120 milhões por meio de recursos repassados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), uma compensação por prejuízos durante o racionamento de energia.
Segundo informações do mercado, a empresa ainda estaria em negociação para tentar rolar pelo menos parte dos US$ 225 milhões."Dessa vez, a situação é menos dramática que a de quarta, pois a dívida está concentrada nas mãos de alguns poucos bancos. Na quarta, os papéis da dívida estavam espalhados entre muitos investidores, o que dificultava qualquer tipo de negociação", afirma o analista do setor elétrico do Unibanco Sergio Tamashiro.
Com o fechamento do mercado externo, as dificuldades para as empresas nacionais rolarem suas dívidas em dólares cresceu muito. Para Tamashiro, a Eletropaulo poderia trocar essa dívida externa que vence por uma interna. Nesse caso, a empresa contrairia nova dívida com os bancos credores, dessa vez em reais, para quitar os atuais vencimentos.
No dia 5 de setembro, a Eletropaulo ainda verá vencer mais US$ 30 milhões em dívida externa.
"Acredito que o maior problema da Eletropaulo eram os US$ 120 milhões que venceram na quarta. No mercado, já se falava em calote. Acho que o que vence agora deve estar praticamente resolvido", diz Tamashiro.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações preferenciais da Eletropaulo, que haviam disparado 21% na quarta, voltaram a subir. Os papéis encerraram o pregão com alta de 2,6%. Na quarta, a Eletropaulo recebeu R$ 420 milhões do BNDES. Os recursos eram referentes ao ressarcimento das perdas registradas no período do racionamento de energia.
O dinheiro que sobrou do que foi repassado pelo BNDES, após o pagamento da dívida de quarta, não seria suficiente para quitar os próximos vencimentos, segundo a avaliação de analistas.


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