São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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Bancos não antecipam créditos de exportação

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresas brasileiras que querem antecipar o recebimento de créditos de exportação têm enfrentado dificuldades para fazer isso. A metalúrgica Fibam, por exemplo, exporta por mês US$ 400 mil em fixadores especiais de aço (parafusos). Os bancos têm se recusado a antecipar o dinheiro por causa da alta do dólar.
"Temos agora de esperar que os importadores nos paguem, o que leva 60 dias", afirmou ontem José Reinaldo Mindel, diretor financeiro da empresa. A Fibam tem uma dívida de R$ 6 milhões que vence no curto prazo (12 meses). Nenhum centavo, porém, é com credores externos, o que poupará a empresa de mais despesas.
Já a Cremer, fabricante de tecidos hospitalares, está em situação mais complicada. Possui uma dívida de US$ 15 milhões que vence em 2004. "Iniciamos no ano passado entendimentos para renegociar os débitos. Os credores precisam entender que nossos ativos agora valem menos em dólar", afirmou José Fagundes, diretor-presidente da companhia.
A dívida dolarizada representa cerca de 60% dos débitos da companhia, que deve faturar R$ 138 milhões neste ano, 13% a mais do que no ano passado. No entanto, a Cremer fechará o balanço novamente com prejuízo, devido aos prejuízos causados pela alta da moeda americana.
Segundo Einar Rivero, coordenador técnico da consultoria Economática, existem empresas com 70% de suas dívidas em dólar que vencem até meados de 2003.
(LASZLÓ VARGA)


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