São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002 |
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SÓ NO FUTURO Para ele, é "bobagem" acreditar que linhas voltem agora ao normal Crédito fica seco até eleição, diz Piva
DA REPORTAGEM LOCAL O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, afirmou ""ser bobagem acreditar que as linhas de crédito para o Brasil voltarão a níveis normais antes das eleições". Piva fez as declarações na sede da Fiesp depois de questionado sobre os possíveis resultados do encontro que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do BC, Armínio Fraga, manterão na segunda, em Nova York, com representantes de bancos privados americanos, europeus e asiáticos para pedirem a reabertura das linhas de financiamento às exportações. Nos últimos dois meses, o crédito para o país secou. Os argumentos são as incertezas do cenário internacional, fomentadas pela crise argentina e o escândalo dos balanços nas empresas americanas. No contexto interno, atribui-se como preocupação as eleições presidenciais. ""As conversas podem criar um "colchão de tranquilidade" e quem sabe esses organismos voltem a oferecer um pouco mais de linhas. Porém imaginar que vamos retornar à situação anterior é bobagem", disse Piva. ""Tenho a impressão de que todos vão esperar resultado das eleições, conhecer a próxima equipe econômica e só então voltar a conversar", completou. De acordo com Piva, os US$ 4,6 bilhões apresentados pelo governo nos últimos dez dias, via Banco Central e BNDES, não serão suficientes para atender à demanda dos exportadores. ""Esperamos que o Banco do Brasil possa captar recursos para oferecer crédito e que tenhamos algum apoio dos bancos internacionais. A contração de crédito é extraordinária", disse. O dirigente empresarial afirmou que, em decorrência de a demanda no mercado interno estar deprimida, existe um excedente de produtos que poderia ser exportado. ""Para isso, precisamos até mesmo aproveitar os atuais níveis do dólar." Piva avaliou que as eleições servirão de evento-chave para um eventual recuo do dólar. ""Só quando se consolidar uma melhora no cenário exterior e com os resultados das eleições é que deve ceder." (JOSÉ ALAN DIAS) Texto Anterior: BC faz leilão "atrativo" de US$ 100 milhões Próximo Texto: EUA concedem nova isenção ao aço importado Índice |
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