São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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Governo prevê superávit maior na balança

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério do Desenvolvimento reviu a projeção de superávit da balança comercial deste ano de US$ 6 bilhões para US$ 7 bilhões, disse ontem o ministro Sergio Amaral. O saldo acumulado até agora está em US$ 4,6 bilhões.
Segundo ele, o governo já conta com um saldo ainda maior no ano que vem, mas não há uma previsão exata de valor. Outras áreas do governo, porém, prevêem superávit de cerca de US$ 8 bilhões em 2003.
As exportações deverão sofrer uma retração de 4% neste ano em relação ao ano passado, e as importações devem diminuir em 12%, segundo Amaral. Ou seja, as exportações neste ano ficariam em US$ 56 bilhões e as importações, em US$ 49 bilhões. Até julho, as vendas externas já haviam recuado 7,7% na comparação com 2001 e as importações, 18,9%.
Mas o governo conta com o reaquecimento da economia mundial, principalmente dos Estados Unidos, e com novos acordos comerciais para melhorar o desempenho até o fim do ano.
No próximo dia 2, Amaral viaja para a Colômbia para propor a assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Andina. O acordo será discutido inicialmente entre Brasil e Colômbia e depois será estendido ao bloco do Cone Sul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e Comunidade Andina (Colômbia, Peru, Venezuela, Equador e Bolívia).
O Brasil também negocia acordo de redução de tarifas com o México. Segundo Amaral, há entendimentos para iniciar discussões de parcerias comerciais com a China e com a Índia.
"Neste ano, as exportações se mantiveram praticamente no mesmo nível do ano passado, com uma pequena variação negativa de 1% ou 2% nas quantidades embarcadas. O problema é por causa da crise econômica mundial, os preços caíram em 6%", disse Amaral.
Ele espera que no ano que vem a economia mundial volte a crescer, o que, na sua avaliação, vai elevar os preços dos produtos exportados pelo Brasil. Além disso, o ministro acredita que a Argentina vai importar mais do Brasil em 2003 do que neste ano, quando as exportações para o vizinho caíram mais de 60% sobre 2001.
Segundo Amaral, o fim da incidência em cascata das cobranças das contribuições sociais PIS e Cofins para os produtos exportados vai ajudar a aumentar as vendas em 2003. (CLÁUDIA DIANNI)


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