São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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Ganho maior reduz saque em fundos

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A rentabilidade média dos fundos DI aumentou desde que entrou em vigor o pacote de medidas do Banco Central para conter a sangria dos fundos de investimento. Acompanhando a recuperação dos ganhos, os investidores continuam a reduzir os saques das aplicações (leia quadro).
O diretor do site Fortuna, Marcelo D'Agosto, analisou o desempenho dos fundos comparando a média móvel de rentabilidade em cinco dias -antes e depois do pacote. O levantamento mostra que entre o dia 14, quando foram anunciadas as mudanças, e o dia 20 deste mês, os fundos DI renderam 115% da taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é o juro médio das operações financeiras entre bancos.
Na média móvel dos cinco dias encerrados em 16 deste mês, o rendimento desses fundos foi de 91% do CDI. Observando-se um período mais longo, entre 1º de julho e 20 deste mês, a rentabilidade média foi equivalente a 73% do CDI.
A média móvel foi calculada entre os dias 29 de maio e 20 deste mês, tendo como ponto de partida os cinco dias úteis contados de 29 de maio a 5 de junho. Em seguida, D'Agosto calculou a rentabilidade média entre 31 de maio e 6 de junho, e assim sucessivamente, deslocando o cálculo sempre um dia útil para a frente.
Segundo ele, o pior momento neste ano para os fundos ocorreu entre 29 de maio e 28 de junho, quando a rentabilidade média dos DI despencou para 15% do CDI. Esse período foi o que se seguiu ao início da marcação a mercado -a contabilização dos títulos públicos das carteiras dos fundos pelo seu valor diário no mercado secundário.
"Foi isso que provocou a fuga de investidores", diz ele. "Agora, à medida que a rentabilidade se recupere, os investidores devem voltar a essas aplicações", disse.
Os analistas alertam, porém, que os fundos, tanto os DI como os de renda fixa, continuam apresentando volatilidade (oscilação) nas suas cotas diárias.
"A volatilidade diminuiu, mas não acabou. Os fundos estão tendo mais dias com cotas positivas do que negativas, pois melhorou o preço dos títulos públicos graças aos leilões do BC", afirma Norival Wedekin, diretor do BMC Asset Management.
O pacote de medidas do Banco Central, anunciado no dia 14, incluiu a realização periódica de leilões de troca e de recompra de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), o principal papel das carteiras dos fundos.
Além disso, permitiu que parte das carteiras seja contabilizada de acordo com a taxa de juros embutida nos títulos -e não pela marcação a mercado.


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