São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Giro financeiro foi baixo, de R$ 477,518 milhões; alta do dólar eleva projeções para juros na BM&F

Bolsa sobe 2,8% e hoje comemora 112 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 2,80% ontem e encerrou o pregão em 9.702 pontos. O giro financeiro voltou a cair e ficou em R$ 477,518 milhões.
A alta de ontem foi puxada pelas ações da Petrobras. O papel preferencial da companhia foi o segundo mais negociado do Ibovespa e encerrou o dia com alta de 2,77%. O desempenho da ação é beneficiado pela tendência de alta do preço do petróleo, com a possibilidade de um novo conflito envolvendo os EUA e o Iraque.
A procura por ações da petrolífera animou os negócios e gerou a demanda pelas ações da Telemar, as de maior peso no índice e mais negociadas ontem. O papel fechou com valorização de 5,76%.
As ações de bancos também tiveram dia positivo ontem. Bradesco PN subiu 3,29% e Itaú PN, 4,86%. O setor bancário havia acumulado grandes perdas nas últimas semanas com a alta do risco-país. Os bancos possuem grandes quantidades de títulos públicos e são atingidos pela desconfiança externa em relação à capacidade de o país pagar sua dívida.
Hoje a Bovespa completa 112 anos de existência, mas sem motivos para comemorar. De janeiro a junho deste ano o Ibovespa acumulou perdas de 18%, seu pior resultado em um primeiro semestre em 30 anos. No acumulado de 2002, a queda está em 28,5%.
A média diária de negócios neste semestre é de R$ 555,70 milhões, abaixo dos R$ 577,70 milhões do semestre passado, apesar do fim da CPMF para as ações.
Para operar no azul, a Bolsa precisa girar pelo menos R$ 400 milhões por dia. No ano, até julho, a saída de recursos estrangeiros é de R$ 1,165 bilhão .

Mercado futuro
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros subiram um pouco. Os contratos para janeiro do ano que vem, os de maior liquidez, passaram de 21,74% para 22%.
O comportamento das taxas é explicado pela alta do dólar. Após a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, de manter os juros brasileiros em 18% ao ano e adotar o viés de baixa, o mercado passou a avaliar que os juros poderão cair quando o dólar atingir patamares mais razoáveis -ou seja, abaixo de R$ 3, pelo menos.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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