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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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ENERGIA

Pinguelli vê possibilidade de colapso igual ao de 1999; ministra Dilma Rousseff havia afastado risco de apagão

Para presidente da Eletrobrás, há risco de blecaute no Brasil

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, disse ontem que há risco de um colapso de energia no Brasil como o ocorrido em 1999, quando dez Estados e o Distrito Federal ficaram sem energia, mas sem a dimensão do blecaute dos Estados Unidos.
Em 1999, o blecaute foi atribuído à queda de um raio numa subestação em Bauru. Pinguelli, porém, descartou o risco de um novo racionamento, como o de 2001.
"Uma questão é o racionamento como ocorreu no Brasil em 2001, não há risco disso no sistema interligado, o que a ministra [Dilma Rousseff, de Minas e Energia] afirmou com toda razão. Uma outra questão é um colapso, como aconteceu no Brasil em 1999. Isso é um acidente, pode ocorrer", afirmou.
Pinguelli disse que um acidente não teria os efeitos do blecaute americano porque o sistema brasileiro, baseado em usinas hidrelétricas, é mais estável e, em caso de falha, volta mais rápido.
Na semana passada, a ministra Dilma Rousseff praticamente descartou um apagão generalizado e disse que os investimentos realizados nos sistemas de transmissão trouxeram mecanismos para isolar eventuais falhas.

Sob controle
Segundo Pinguelli, a situação está sob controle, mas tende a se agravar se não houver novos investimentos no sistema de transmissão de energia e na manutenção das linhas já existentes.
"É uma preocupação para não deixar agravar a situação que está sob controle. É preciso muita atenção na manutenção da transmissão e na operação também."
Ele não disse até quando a situação estaria sob controle, caso não haja novos investimentos. "Se faltar investimento, não tem data marcada o acidente, mas o risco de acidente aumenta." Segundo o presidente da Eletrobrás, risco de racionamento não há.
Pinguelli disse que, numa reunião do Conselho Superior dos presidentes das empresas do grupo Eletrobrás, em julho, fez um documento pedindo "atenção" com a manutenção. O documento, segundo ele, foi feito após duas quedas de energia, uma no Rio, que atingiu o município de Niterói, e outra na região Norte, que atingiu algumas cidades do interior do Amazonas.
Quanto aos investimentos, Pinguelli disse que a Eletrobrás foi a empresa que mais investiu no Brasil em energia neste ano, cerca de R$ 3,5 bilhões, fazendo também um superávit fiscal de R$ 1 bilhão. O ideal, para ele, será, com o crescimento econômico, investir de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões.


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