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ENERGIA
Pinguelli vê possibilidade de colapso igual ao de 1999; ministra Dilma Rousseff havia afastado risco de apagão
Para presidente da Eletrobrás, há risco de blecaute no Brasil
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Eletrobrás, Luiz
Pinguelli Rosa, disse ontem que
há risco de um colapso de energia
no Brasil como o ocorrido em
1999, quando dez Estados e o Distrito Federal ficaram sem energia,
mas sem a dimensão do blecaute
dos Estados Unidos.
Em 1999, o blecaute foi atribuído à queda de um raio numa subestação em Bauru. Pinguelli, porém, descartou o risco de um novo racionamento, como o de 2001.
"Uma questão é o racionamento como ocorreu no Brasil em
2001, não há risco disso no sistema interligado, o que a ministra
[Dilma Rousseff, de Minas e Energia] afirmou com toda razão.
Uma outra questão é um colapso,
como aconteceu no Brasil em
1999. Isso é um acidente, pode
ocorrer", afirmou.
Pinguelli disse que um acidente
não teria os efeitos do blecaute
americano porque o sistema brasileiro, baseado em usinas hidrelétricas, é mais estável e, em caso
de falha, volta mais rápido.
Na semana passada, a ministra
Dilma Rousseff praticamente descartou um apagão generalizado e
disse que os investimentos realizados nos sistemas de transmissão trouxeram mecanismos para
isolar eventuais falhas.
Sob controle
Segundo Pinguelli, a situação
está sob controle, mas tende a se
agravar se não houver novos investimentos no sistema de transmissão de energia e na manutenção das linhas já existentes.
"É uma preocupação para não
deixar agravar a situação que está
sob controle. É preciso muita
atenção na manutenção da transmissão e na operação também."
Ele não disse até quando a situação estaria sob controle, caso não
haja novos investimentos. "Se faltar investimento, não tem data
marcada o acidente, mas o risco
de acidente aumenta." Segundo o
presidente da Eletrobrás, risco de
racionamento não há.
Pinguelli disse que, numa reunião do Conselho Superior dos
presidentes das empresas do grupo Eletrobrás, em julho, fez um
documento pedindo "atenção"
com a manutenção. O documento, segundo ele, foi feito após duas
quedas de energia, uma no Rio,
que atingiu o município de Niterói, e outra na região Norte, que
atingiu algumas cidades do interior do Amazonas.
Quanto aos investimentos, Pinguelli disse que a Eletrobrás foi a
empresa que mais investiu no
Brasil em energia neste ano, cerca
de R$ 3,5 bilhões, fazendo também um superávit fiscal de R$ 1
bilhão. O ideal, para ele, será, com
o crescimento econômico, investir de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões.
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