UOL


São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BB terá investimento em CDB para baixa renda

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil vai oferecer, a partir de setembro, a opção de investimento em CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) -instrumento financeiro tradicionalmente voltado para pessoas de maior poder aquisitivo- para clientes de baixa renda. A idéia é dar uma alternativa mais rentável de aplicação aos pequenos poupadores do que a caderneta.
Como investimentos em CDBs costumam exigir altas somas de dinheiro, o BB vai partilhar um mesmo título entre vários pequenos aplicadores. O instrumento será oferecido pelo BB por meio do Banco Popular do Brasil, subsidiária criada neste ano.
"O banco vai comprar o CDB e vender os pedaços para os clientes. Isso é feito hoje para clientes especiais; nós vamos democratizar o acesso", explicou o presidente do novo banco, Ivan Guimarães. O ganho do banco com o serviço será garantido pela quantidade de compradores.
O CDB é um título de renda fixa emitido pelos bancos. No início de agosto, o rendimento do CDB era de 1,79% ao mês, enquanto o da poupança era de 0,91%.
Em junho o governo anunciou que os bancos oficiais passariam a atuar mais intensamente para incluir as pessoas de baixa renda no sistema bancário e de crédito.
Guimarães acredita que as medidas anunciadas pelo governo representarão impacto significativo para o setor bancário e para o crédito. "Um real aplicado por uma pessoa de renda mais baixa circula por um número muito maior de pessoas do que R$ 1 aplicado por uma grande empresa."
Num primeiro momento, os CDBs para os clientes de baixa renda serão oferecidos somente em algumas localidades. As primeiras cidades a serem atendidas pelo Banco Popular estarão no interior do Paraná, baixada fluminense (Rio) e Mato Grosso. A operação do banco em todo o país está prevista para janeiro de 2004.
As "agências" do novo banco funcionarão em mercados pequenos, farmácias e outros pontos comerciais. Hoje o Banco do Brasil funciona em algumas redes de supermercados e em outros tipos de correspondentes, mas os serviços estão restritos a operações simples, como a abertura de contas.
Além do Banco Popular, o acesso ao crédito será facilitado por uma outra subsidiária ligada ao setor de consórcios. A idéia é oferecer todo tipo de consórcio, menos o imobiliário. A criação dessa instituição ainda está sendo analisada pelo Banco Central.
Na Caixa Econômica Federal, o objetivo é ampliar primeiro o acesso às contas bancárias para depois oferecer pequenos créditos. A assessoria da Caixa informou que a instituição esperava que até o final do ano fossem abertas mais de 500 mil contas simplificadas -que exigem só os documentos de identidade.
Mas segundo o superintendente nacional da instituição, Mário Ferreira Neto, a projeção agora é que o total fique próximo a 1 milhão no final do ano.


Texto Anterior: Ninguém tenta abrir cooperativa
Próximo Texto: Contas públicas: Funcionário defende ajustes feitos pelo FMI
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.