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BB terá investimento em CDB para baixa renda
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil vai oferecer, a
partir de setembro, a opção de investimento em CDBs (Certificados de Depósitos Bancários)
-instrumento financeiro tradicionalmente voltado para pessoas
de maior poder aquisitivo- para
clientes de baixa renda. A idéia é
dar uma alternativa mais rentável
de aplicação aos pequenos poupadores do que a caderneta.
Como investimentos em CDBs
costumam exigir altas somas de
dinheiro, o BB vai partilhar um
mesmo título entre vários pequenos aplicadores. O instrumento
será oferecido pelo BB por meio
do Banco Popular do Brasil, subsidiária criada neste ano.
"O banco vai comprar o CDB e
vender os pedaços para os clientes. Isso é feito hoje para clientes
especiais; nós vamos democratizar o acesso", explicou o presidente do novo banco, Ivan Guimarães. O ganho do banco com o
serviço será garantido pela quantidade de compradores.
O CDB é um título de renda fixa
emitido pelos bancos. No início
de agosto, o rendimento do CDB
era de 1,79% ao mês, enquanto o
da poupança era de 0,91%.
Em junho o governo anunciou
que os bancos oficiais passariam a
atuar mais intensamente para incluir as pessoas de baixa renda no
sistema bancário e de crédito.
Guimarães acredita que as medidas anunciadas pelo governo
representarão impacto significativo para o setor bancário e para o
crédito. "Um real aplicado por
uma pessoa de renda mais baixa
circula por um número muito
maior de pessoas do que R$ 1 aplicado por uma grande empresa."
Num primeiro momento, os
CDBs para os clientes de baixa
renda serão oferecidos somente
em algumas localidades. As primeiras cidades a serem atendidas
pelo Banco Popular estarão no interior do Paraná, baixada fluminense (Rio) e Mato Grosso. A
operação do banco em todo o país
está prevista para janeiro de 2004.
As "agências" do novo banco
funcionarão em mercados pequenos, farmácias e outros pontos comerciais. Hoje o Banco do Brasil
funciona em algumas redes de supermercados e em outros tipos de
correspondentes, mas os serviços
estão restritos a operações simples, como a abertura de contas.
Além do Banco Popular, o acesso ao crédito será facilitado por
uma outra subsidiária ligada ao
setor de consórcios. A idéia é oferecer todo tipo de consórcio, menos o imobiliário. A criação dessa
instituição ainda está sendo analisada pelo Banco Central.
Na Caixa Econômica Federal, o
objetivo é ampliar primeiro o
acesso às contas bancárias para
depois oferecer pequenos créditos. A assessoria da Caixa informou que a instituição esperava
que até o final do ano fossem
abertas mais de 500 mil contas
simplificadas -que exigem só os
documentos de identidade.
Mas segundo o superintendente
nacional da instituição, Mário
Ferreira Neto, a projeção agora é
que o total fique próximo a 1 milhão no final do ano.
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