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Força faz campanha "todos por um"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente interino da Força
Sindical, João Carlos Gonçalves, o
Juruna, acredita que a recuperação da economia vai facilitar aumentos reais. Para isso, a central
aposta na campanha "mosqueteiro". "É um por todos e todos por
um", disse ao se referir às categorias mais organizadas ajudando
as menos organizadas na campanha salarial unificada.
(CR)
Folha - A pressão por aumento salarial está aumentando?
João Carlos Gonçalves (Juruna) -
Sem dúvida aumentou e deve aumentar. Antes de as estatísticas
mostrarem isso, os trabalhadores,
que estão diretamente envolvidos
na produção, já observaram dentro das fábricas a melhora na economia. A pressão por aumento no
salário vem a partir dessa percepção do trabalhador.
Folha - Há espaço para o trabalhador conseguir ganhar mais?
Juruna - Existe espaço sim... Por
dois motivos principais: a economia está melhor do que no ano
passado e os acordos coletivos
realizados estão trazendo bons resultados. A tendência é quem tem
data-base daqui para a frente recuperar ainda mais as perdas do
passado ou pelo aumento real ou
via participação nos lucros.
Folha - Pode haver neste ano uma
onda de greves no país?
Juruna - Acho que a tendência é
aumentar a mobilização, mas não
dá para falar em onda de greves
nem em greve geral porque muitos setores econômicos estão buscando a negociação. As categorias
estão em campanha salarial unificada para aumentar o poder de
pressão e para que categorias
mais organizadas possam ajudar
menos organizadas. O setor que
decidir greve terá apoio dos demais. É a campanha "mosqueteiro", um por todos e todos por um.
Folha - A CUT, o governo e a Fiesp
pregam um acordo nacional enquanto os sindicatos estão fazendo
manifestações e greves. Isso mostra um racha entre os sindicatos de
base e a cúpula das centrais?
Juruna - A proposta de entendimento nacional previa discutir a
tal da inflação futura para o que os
reajustes de preços não tivessem
pressão sobre a inflação. Mas não
é essa discussão que o trabalhador
quer fazer, ele quer saber do ganho real para repor as perdas passadas. Por isso na ocasião eu disse
que discutir esse tema, da maneira como estava sendo proposto,
era jogar um balde de água fria
nas campanhas salariais.
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