São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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Força faz campanha "todos por um"

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente interino da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, acredita que a recuperação da economia vai facilitar aumentos reais. Para isso, a central aposta na campanha "mosqueteiro". "É um por todos e todos por um", disse ao se referir às categorias mais organizadas ajudando as menos organizadas na campanha salarial unificada. (CR)
 

Folha - A pressão por aumento salarial está aumentando?
João Carlos Gonçalves (Juruna) -
Sem dúvida aumentou e deve aumentar. Antes de as estatísticas mostrarem isso, os trabalhadores, que estão diretamente envolvidos na produção, já observaram dentro das fábricas a melhora na economia. A pressão por aumento no salário vem a partir dessa percepção do trabalhador.

Folha - Há espaço para o trabalhador conseguir ganhar mais?
Juruna -
Existe espaço sim... Por dois motivos principais: a economia está melhor do que no ano passado e os acordos coletivos realizados estão trazendo bons resultados. A tendência é quem tem data-base daqui para a frente recuperar ainda mais as perdas do passado ou pelo aumento real ou via participação nos lucros.

Folha - Pode haver neste ano uma onda de greves no país?
Juruna -
Acho que a tendência é aumentar a mobilização, mas não dá para falar em onda de greves nem em greve geral porque muitos setores econômicos estão buscando a negociação. As categorias estão em campanha salarial unificada para aumentar o poder de pressão e para que categorias mais organizadas possam ajudar menos organizadas. O setor que decidir greve terá apoio dos demais. É a campanha "mosqueteiro", um por todos e todos por um.

Folha - A CUT, o governo e a Fiesp pregam um acordo nacional enquanto os sindicatos estão fazendo manifestações e greves. Isso mostra um racha entre os sindicatos de base e a cúpula das centrais?
Juruna -
A proposta de entendimento nacional previa discutir a tal da inflação futura para o que os reajustes de preços não tivessem pressão sobre a inflação. Mas não é essa discussão que o trabalhador quer fazer, ele quer saber do ganho real para repor as perdas passadas. Por isso na ocasião eu disse que discutir esse tema, da maneira como estava sendo proposto, era jogar um balde de água fria nas campanhas salariais.


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